Por George Obulutsa
NAIRÓBI (Reuters) - Os países da África precisam fazer mais exames de coronavírus e obrigar as pessoas a usarem máscaras, disse um organismo regional de controle de doenças nesta quinta-feira, depois que os casos de Covid-19 no continente passaram de meio milhão.
Os casos novos subiram 24% na última semana, e dados de governos e da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a África tem 512.499 casos confirmados de Covid-19 e 11.930 mortes até o momento.
"A pandemia está tomando ímpeto", disse John Nkengasong, chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, em uma coletiva de imprensa virtual em Adis Abeba.
Nkengasong disse que as nações africanas, muitas das quais não têm dados confiáveis, precisam adotar uma abordagem agressiva para incentivar o uso de máscaras e aumentar os exames e rastreamentos.
"Isso salvará vidas e salvará a economia", afirmou.
Egito, Nigéria, África do Sul, Gana e Argélia respondem por 71% das infecções no continente, disse Nkengasong.
Alguns governos vêm relutando em admitir epidemias ou expor seus sistemas de saúde fragilizados a uma vigilância externa, e outros ou são pobres demais ou estão assolados por conflitos e por isso não conseguem realizar muitos exames.
Nkengasong disse que é inevitável que, à medida que os casos aumentem, os hospitais fiquem sobrecarregados.
"Isto é algo que já está acontecendo. Continuaremos a vê-lo à medida que a pandemia se expandir", acrescentou.
Embora muitos também tenham começado a afrouxar gradualmente os isolamentos para reativar economias atingidas duramente, os governos estão cientes de que reabrir rápido demais pode levar a uma disparada de casos novos.
A Comissão da União Africana disse nesta quinta-feira que criou um consórcio de testes clínicos de vacina, a ser capitaneado pelo CDC África, que almeja conseguir mais de 10 testes clínicos de vacina em estágio avançado o mais cedo possível.
Egito e África do Sul já estão realizando testes de uma vacina em potencial com humanos.