Por Maria Caspani e Anurag Maan
NOVA YORK (Reuters) - Os Estados Unidos ultrapassaram nesta segunda-feira o marco espantoso de 500 mil mortes por Covid-19 em pouco mais de um ano desde que a pandemia de coronavírus fez suas primeiras vítimas conhecidas no país, no condado de Santa Clara, na Califórnia.
Os EUA registraram mais de 28 milhões de casos de Covid-19 e 500.054 vidas perdidas até segunda-feira, de acordo com uma contagem da Reuters baseada em dados de saúde pública, embora as mortes e hospitalizações diárias tenham recuado para seu menor nível desde antes dos feriados de Ação de Graças e do Natal.
Cerca de 19% do total global de mortes de coronavírus aconteceram nos EUA, uma cifra desproporcional considerando que a nação abriga 4% da população mundial.
"Estes números são atordoantes", disse o doutor Anthony Fauci, conselheiro de doenças infecciosas destacado do presidente Joe Biden, no programa "Good Morning America", da rede ABC News. "Se você olhar historicamente, estamos nos saindo pior do que quase qualquer país, e somos um país altamente desenvolvido e rico."
O desempenho norte-americano ruim reflete a ausência de uma reação nacional unificada no ano passado, quando o governo do ex-presidente Donald Trump praticamente deixou os Estados por sua própria conta diante da maior crise de saúde pública em um século e o presidente entrou em conflito com seus próprios especialistas de saúde com frequência.
Os norte-americanos perderam mães e pais, maridos e esposas, irmãos, irmãs e amigos para o vírus. Para muitos, o luto foi ampliado pela impossibilidade de ver seus entes queridos em hospitais ou asilos e pelo distanciamento físico imposto pelas autoridades para conter a disseminação do vírus.
As mortes registradas entre dezembro e fevereiro foram responsáveis por 46% de todos os óbitos por Covid-19 nos EUA, mesmo quando as vacinas finalmente se tornaram disponíveis e com o início de um esforço gigantesco para imunizar a população norte-americana.