Por Martin Quin Pollard e Eduardo Baptista
PEQUIM/XANGAI (Reuters) - Quando a empresária chinesa Yang Jing planejou suas férias de verão de 2021, escolheu a ilha tropical de Hainan, no sul, por causa do seu histórico quase perfeito contra a Covid-19.
A ilha no Mar do Sul da China registrou apenas dois casos positivos e sintomáticos de Covid-19 durante todo o ano passado. Avançando para este mês, no entanto, a quantidade de casos subiu, levando a cidade de Sanya a entrar em lockdown e deixando dezenas de milhares de turistas como Yang presos na ilha.
Sanya, principal pólo turístico da ilha, impôs um lockdown no sábado e restringiu o transporte para tentar conter o surto, mesmo com cerca de 80.000 turistas aproveitando as suas praias no auge da temporada. Muitos agora estão presos dentro de hotéis até pelo menos o próximo sábado.
Sanya registrou 689 casos sintomáticos e 282 assintomáticos entre o dia 1º e 7 de agosto. Outras cidades na região da província de Hainan, como Danzhou, Dongfang, Lingshui e Lingao, relataram mais de uma dúzia de casos no mesmo período.
No sábado, a venda de bilhetes de trem para sair de Sanya foi suspensa, segundo a emissora estatal CCTV, citando a operadora nacional, e mais de 80% dos voos para e de Sanya foram cancelados, segundo a fornecedora de dados Variflight.
Hainan está fechada para turistas estrangeiros há dois anos e meio desde que a China, em resposta à pandemia, parou de emitir vistos de turistas e implementou rígidas regras de quarentena.
Autoridades em Sanya disseram que os turistas retidos podem deixar a ilha a partir do próximo sábado, se tiverem feito cinco testes de Covid-19. Todos têm que dar negativo.