BRASÍLIA (Reuters) - Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmaram em nota conjunta nesta quinta-feira que a troca de comando do Ministério da Saúde não é positiva, mas desejaram êxito ao novo ministro, Nelson Teich, e manifestaram ainda o desejo que a política da pasta tenha como base critérios científicos.
Os dois presidentes aproveitaram para fazer um apelo pela "união" e pelo "bom senso", de forma a somar esforços no combate à crise do coronavírus, reafirmando que a prioridade deve ser a "vida e a saúde dos brasileiros", após o anúncio da demissão de Luiz Henrique Mandetta do comando da pasta.
"A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia", afirma a nota.
"O Congresso Nacional deseja êxito ao novo ministro em sua enorme responsabilidade e imenso desafio", segue o documento.
"O Congresso Nacional espera que o novo ministro, Nelson Teich, dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo desempenhado pelo Ministério da Saúde, agindo de forma vigorosa, de acordo com as melhores técnicas científicas."
A nota refere-se a Mandetta, que é do DEM como Maia e Alcolumbre, como "um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública" e afirma que sua condução à frente da pasta foi "irreparável".
O ministro entrou em linha de choque frontal com Bolsonaro ao contrariá-lo e defender medidas mais restritivas de isolamento, entre outros pontos.
"A sua saída, para o país como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós", afirma o texto assinado pelos presidentes das duas Casas do Congresso.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)