Por Fayaz Bukhari
SRINAGAR, Índia (Reuters) - A Índia cancelou uma peregrinação hindu a uma caverna sagrada no alto das montanhas cobertas de neve da Caxemira pela primeira vez, já que os casos do novo coronavírus continuavam em alta nesta quarta-feira.
Nas últimas 24 horas, foram relatados 37.724 casos novos, de acordo com dados federais de saúde divulgados nesta quarta-feira. A Índia já informou quase 1,2 milhão de casos no todo, só ficando atrás de Estados Unidos e Brasil.
Os organizadores da Amarnath Yatra, durante a qual ascetas hindus com trajes de açafrão percorrem 46 quilômetros até a caverna através de geleiras e trilhas alagadas, disseram que um aumento "muito agudo" de casos de coronavírus forçou o cancelamento.
"As preocupações de saúde são tão sérias que a pressão no sistema de saúde, assim como o desvio de recursos para a Yatra, será imensa", disse um comunicado do comitê organizador divulgado na noite de terça-feira.
Um isolamento rigoroso foi reativado na Caxemira --também reivindicada pelo Paquistão--– no dia 12 de julho na esteira de um grande pico de casos e mortes.
Lojas e negócios estão fechados, e na maior parte de Srinagar, a principal cidade da região, as ruas estão interditadas e as pessoas não podem sair de casa.
A caverna na montanha contém uma estalagmite de gelo que é considerada uma manifestação física do deus hindu Shiva. É a primeira vez que a peregrinação é cancelada desde que a caverna foi descoberta por um agricultor no século 19.