Por Carlos Vargas e Oliver Griffin
BOGOTÁ (Reuters) - O número de mortos reportado após quase duas semanas de protestos contra o governo na Colômbia subiu para mais de 40 nesta terça-feira, um dia antes de uma greve nacional, enquanto as autoridades de grandes cidades alertam sobre um pico prolongado de casos de Covid-19 por conta das manifestações.
Os protestos violentos alimentados por um clamor contra um projeto tributário, que agora já foi cancelado, começaram no dia 28 de abril. As demandas dos manifestantes agora já se expandiram para incluir renda básica, fim da violência policial e retirada de um projeto de reforma da saúde que é discutido há muito tempo.
Protestos menores e bloqueios de estradas continuam diariamente por todo o país. Sindicatos e grupos estudantis convocaram uma greve nacional na quarta-feira após uma reunião com o presidente Iván Duque que acabou sem um entendimento comum.
O ombudsman de direitos humanos da Colômbia afirmou que recebeu relatos de mortes de 41 civis e de um policial, e disse que está verificando se os casos estão diretamente conectados com os protestos.
A polícia e o esquadrão de choque ESMAD são os supostos responsáveis por 11 assassinatos, segundo disse o ombudsman anteriormente, enquanto classificou sete mortes como não relacionadas às manifestações.
"Pedimos que medidas necessárias sejam tomadas para encerrar a violência que está fazendo a Colômbia sangrar", disse o gabinete do ombudsman pelo Twitter.
O grupo local de direitos humanos Temblores afirma que 40 manifestantes teriam sido mortos pela polícia, enquanto a Human Rights Watch disse que recebeu 46 relatos de mortos nos protestos e verificou 13.