Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira que está montando um painel independente para revisar sua conduta em relação à pandemia de Covid-19 e a resposta dada pelos governos.
O anúncio foi feito após críticas duras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusa a OMS de ter viés favorável à China, e da notificação formal do governo dos EUA na terça-feira de que se desligará da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) dentro de um ano.
A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf concordaram em liderar o painel e escolher seus membros, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma reunião virtual com representantes dos 194 países-membros da organização.
"Este é um momento de autorreflexão", afirmou Tedros, observando que os Estados-membros da OMS pediram por unanimidade em maio uma avaliação da resposta global à pandemia.
"Este não é um relatório padrão em que se marca um quadrado e depois é colocado em uma estante para acumular poeira. Isto é algo que levamos a sério", afirmou Tedros, acrescentando que o painel fornecerá um relatório provisório em uma reunião anual de ministros da Saúde que será reconvocada em novembro.
Falando na reunião, Clark disse que a atribuição "só pode ser descrita como excepcionalmente desafiadora".
Tedros observou que, em maio, países-membros da OMS adotaram por unanimidade uma resolução proposta pela União Europeia que pediu uma avaliação da reação global à pandemia.
De acordo com uma contagem da Reuters, mais de 12 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e 548.429 morreram até agora em todo o mundo.
(Reportagem de Stephanie Nebehay, John Miller e Brenna Hughes-Neghaiwi)