Por Se Young Lee e Huizhong Wu
PEQUIM (Reuters) - A China anunciou nesta quarta-feira que seu Parlamento iniciará uma sessão anual crucial no dia 22 de maio, sinalizando que o país voltando ao normal depois de praticamente ficar paralisado durante meses por causa da epidemia de Covid-19.
Durante o encontro do Congresso Nacional do Povo (NPC) na capital, delegados ratificarão leis importantes e o governo apresentará metas econômicas, delineará projeções de gastos de defesa e fará mudanças nos quadros. O governista Partido Comunista também costuma anunciar iniciativas de políticas determinantes na ocasião.
Inicialmente, a sessão foi marcada para começar em 5 de março, mas foi adiada devido à Covid-19, que infectou quase 83 mil pessoas e matou mais de 4.600 no território continental desde que surgiu no final do ano passado na cidade central de Wuhan.
Como a epidemia recuou, a vida econômica e social voltou à normalidade gradualmente, disse o Comitê Permanente do NPC, o principal organismo de tomada de decisões da legislatura, segundo uma citação da agência de notícias oficial Xinhua.
O comitê também indicou Huang Runqiu como o novo ministro da Ecologia e do Meio Ambiente, posto que ficou vago quando o antecessor Li Ganjie se tornou vice-chefe do PC para a província de Shandong no início deste mês, noticiou a Xinhua.
Já Tang Yijun foi nomeado como novo ministro da Justiça no lugar de Fu Zhenghua, que chegou à idade de aposentadoria compulsória de ministros – 65 anos.
A Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC), um órgão de aconselhamento do Parlamento, propôs iniciar sua sessão anual um dia antes de a sessão parlamentar ser inaugurada.
Analistas acreditam que a China adotará novos estímulos fiscais para aparar o golpe da Covid-19, que se transformou em uma pandemia global que alguns temem desencadear uma recessão mundial grave.
A economia chinesa se contraiu pela primeira vez já registrada no período de janeiro a março, quando o governo impôs restrições de viagem e transporte severas para conter a disseminação da epidemia.
O Parlamento também deve debater os protestos antigoverno em Hong Kong em meio à especulação crescente de que Pequim tomará medidas para fortalecer seu controle sobre a cidade.
Não está claro quanto tempo o Parlamento e seu órgão de aconselhamento passarão reunidos, e pessoas a par do assunto disseram à Reuters que a sessão anual deste ano pode ser a mais curta em décadas por causa da preocupação com a Covid-19.
(Por Se Young Lee, Huizhong Wu, Yew Lun Tian, Judy Hua e Min Zhang em Pequim, Keith Zhai em Cingapura)