Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira que a nova variante do coronavírus que circula no Brasil contamina três vezes mais do que as cepas anteriores do vírus, e destacou que a velocidade da transmissão pode pegar de surpresa os gestores de saúde.
"Nós temos novas cepas no Brasil, tivemos em Manaus uma nova linhagem da cepa, a P1, que foi extremamente agressiva em termos de contaminação, contaminando três vezes mais rápido do que os outros momentos da doença e esse vírus e essa cepa já faz parte do cotidiano", disse.
"Na nossa visão estamos enfrentando uma nova etapa dessa pandemia, ela tem hoje o vírus, mutado, nos dá três vezes mais a contaminação e a velocidade com que isso acontece em pontos focais pode surpreender o gestor em termos de estrutura do apoio", reforçou, em pronunciamento feito no Ministério da Saúde com representantes dos secretários estaduais e municipais da área.
O Brasil deve alcançar oficialmente nesta quinta-feira 250 mil mortes e já superou 10 milhões de infectados por Covid-19, tendo registrado uma elevação de casos e óbitos em fevereiro.
AÇÕES
O titular da Saúde disse que os gestores precisam estar "alertas" e "preparados" e citou três grandes ações para enfrentar a pandemia na "nova etapa".
Uma das frentes, destacou, é o atendimento imediato das pessoas em unidades básicas de saúde. Outra frente é a estruturação da capacidade de leitos tanto clínicos quanto de UTIs. Por último, ele destacou a vacinação.
Segundo o ministro, entre 13 e 14 milhões de doses de vacinas já foram distribuídas aos Estados para aplicação nos grupos prioritários, e será possível vacinar metade da população que será imunizada até a metade do ano e a outra metade até o final do ano.
Pazuello disse que não há nenhuma frente que a pasta não tenha trabalhado para obter a vacina. Ele indicou apoio a uma proposta que foi aprovada pelo Senado na véspera e encaminhada para a Câmara a fim de facilitar a compra de imunizantes contra Covid-19 no Brasil.
Apesar da fala de Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro já deu sinais de que pode vetar a proposta que amplia a possibilidade de compra de vacinas.