Por Tom Balmforth e Andrey Ostroukh
MOSCOU (Reuters) - Citando o agravamento da crise do coronavírus, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que o país adiará suas comemorações de 9 de maio, incluindo um enorme desfile militar na Praça Vermelha, para marcar os 75 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial.
O Kremlin esperava assinalar o aniversário com uma pompa toda especial neste ano, já que uma série de líderes mundiais compareceria, mas Putin disse em comentários televisionados que não há opção além de adiar o evento.
"Os riscos associados com uma epidemia que não passou de seu pico são extremamente altos. E isto não me dá o direito de iniciar preparativos para o desfile e outros eventos públicos", disse.
O número de casos de coronavírus na Rússia começou a subir acentuadamente neste mês, mas o país relatou bem menos infecções do que muitas nações ocidentais da Europa nos estágios iniciais do surto.
A Rússia confirmou 3.448 casos novos nesta quinta-feira, um recorde de aumento diário que elevou o total nacional a 27.938. As autoridades dizem que 232 pessoas morreram.
Nesta semana, várias organizações de veteranos de guerra apelaram para que Putin adiasse o desfile, dizendo querer que seja um evento memorável e espetacular – algo que parecia improvável com Moscou e muitas regiões russas em isolamento.
Em comentários transmitidos pela televisão estatal nesta quinta-feira, Putin não disse quando o desfile acontecerá, mas disse que certamente será neste ano.
No poder como presidente ou primeiro-ministro há mais de duas décadas, Putin supervisiona o desfile militar de 9 de maio todos os anos de uma tribuna repleta de veteranos de guerra.
Muitos líderes ocidentais boicotaram a ocasião depois que a anexação russa da Crimeia em 2014 colocou as relações em seu pior momento pós-Guerra Fria, mas neste ano o Kremlin tinha esperança de que muitos líderes mundiais apareceriam.