Por Ju-min Park e Chang-Ran Kim
TÓQUIO (Reuters) - Tóquio elevou nesta quarta-feira o alerta de coronavírus para o nível vermelho, o mais alto, diante de altas recordes em novos casos diários, e a governadora da região, Yuriko Koike, descreveu a situação na capital japonesa como "bastante grave".
O ressurgimento do vírus em Tóquio pode aumentar a pressão crescente por medidas de apoio à terceira maior economia do mundo, que analistas disseram estar prestes a encolher no ritmo mais rápido em décadas no ano fiscal atual por causa da pandemia.
"Estamos em uma situação na qual deveríamos emitir alertas aos cidadãos e negócios", disse Koike em uma coletiva de imprensa, exortando os moradores a evitarem viagens desnecessárias.
A taxa de infecção em Tóquio se encontra no estágio "vermelho", o maior de quatro níveis do sistema metropolitano, disse Koike, citando uma análise de especialistas de saúde que no início do dia alertaram que as infecções estão subindo consideravelmente e "ultrapassando picos".
Ela também prometeu acelerar os exames de detecção do vírus utilizando equipamentos de universidades.
"Meu entendimento é que estamos em uma situação bastante grave agora", disse a governadora.
As infecções entre jovens e casos assintomáticos estão aumentando em Tóquio, observaram especialistas de saúde.
Temendo que uma segunda onda de infecções se dissemine a partir da capital, cidades menores, parlamentares de oposição e usuários de redes sociais pediram ao governo central que suspenda uma grande campanha de anúncios de viagens que pretende fomentar o turismo doméstico.
Líderes de algumas cidades rurais dizem que, por causa da campanha, as viagens a partir de regiões de alto risco, como Tóquio, podem causar transmissões comunitárias generalizadas.
A mídia local publicou reportagens sobre moradores de Tóquio aos quais se pediu que fiquem longe de pais e familiares que moram em cidades rurais que relataram menos casos de coronavírus.
A pandemia do Japão se tornará um desastre "criado pelo homem" caso o programa de viagens siga adiante, opinou Soichiro Miyashita, prefeito da cidade de Mutsu, no município de Aomori.
Mas o ministro das Finanças japonês, Yasutoshi Nishimura, disse que o governo prosseguirá cautelosamente com a campanha, que inclui descontos para compras e alimentação.