(Reuters) - Um suspeito do assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, em julho morreu quando estava sendo transferido a um hospital para uma detenção pré-julgamento depois de manifestar sintomas de coronavírus, disse sua esposa na quarta-feira.
Gilbert Dragon, ex-comissário de polícia de 52 anos, morreu de parada cardíaca, disse Marie Leslie Noel, acrescentando que passou duas semanas tentando fazer com que ele fosse levado a um hospital e que teve dificuldade para fazer com que realizassem um exame de Covid-19 a tempo.
"Finalmente consegui a autorização para levá-lo ao hospital hoje à tarde, e ele morreu no caminho", contou Noel. "Eu vinha lutando para tirá-lo há duas semanas."
O ministro do Interior, Liszt Quitel, não respondeu a um pedido de comentário.
Em agosto, a Polícia Nacional Haitiana disse em um relatório que Dragon esteve em contato com outros suspeitos na noite do assassinato de Moise, em 7 de julho, e que participou de reuniões para planejar o crime.
Noel disse que o marido foi aprisionado injustamente e que estava em casa dormindo na noite em que o crime ocorreu. Ela ainda disse que Dragon foi falar com os investigadores por vontade própria depois de saber que a polícia estava procurando por ele.
"Eu estava muito impaciente pelo julgamento porque queria ver a prova que eles tinham", disse.
O Haiti já fez mais de três dúzias de prisões, inclusive de um grupo de ex-militares colombianos, ligadas ao inquérito sobre o assassinato de Moise.
(Por Brian Ellsworth e Gessika Thomas)