Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia alertou seus países-membros para o risco de falta de seringas, lenços e equipamentos de proteção necessários para uma possível vacinação em massa contra Covid-19 e fez um apelo para que cogitem aquisições conjuntas, de acordo com um documento do bloco.
A UE pediu aos governos que estudem comprar juntos mais vacinas contra gripe e aumentar o número de pessoas vacinadas para diminuir o risco de surtos simultâneos de gripe e Covid-19 no outono local.
Nenhuma vacina contra Covid-19 já foi totalmente desenvolvida ou aprovada, mas países de todo o mundo estão tentando garantir suprimentos de vacinas em potencial para, se e quando candidatas a vacina se mostrarem eficientes, poderem iniciar campanhas de imunização rapidamente --o que alguns esperam acontecer ainda neste ano.
Caso uma vacina se mostre eficiente, questões de fabricação e distribuição podem se tornar obstáculos.
"As vacinas contra Covid-19, uma vez desenvolvidas, podem vir sem seringas e outros itens", disse a Comissão Europeia, o Executivo do bloco, a especialistas de saúde de nações europeias em uma reunião na semana passada, de acordo com um sumário publicado em seu site.
"Pode haver escassez", alertou a entidade, indagando os governos a respeito de seus estoques de seringas, lenços, álcool e equipamentos de proteção individual, como máscaras.
A Comissão pediu que os países-membros cogitem aquisições conjuntas, e representantes da Itália e da Holanda expressaram interesse, segundo o documento. Esquemas de aquisição conjunta são considerados úteis para obter preços melhores e evitar que governos da UE compitam entre si.
O porta-voz da Comissão não quis comentar, já que os preparativos para o possível lançamento de aquisições são confidenciais.
O Executivo da UE também disse na reunião que indagou fabricantes de vacinas a respeito da disponibilidade de doses adicionais de imunizações contra gripe, de acordo com o documento.
Governos do bloco foram convidados a comunicar seu interesse em aquisições conjuntas de vacinas contra gripe até 24 de julho. A Comissão não quis comentar o processo.