O mercado de mineração de criptomoedas anda bastante aquecido. Apesar dos recentes prejuízos registrados pelas empresas, suas ações registram fortes valorizações nos últimos 12 meses, superando até mesmo o Bitcoin.
A informação foi divulgada por Leeor Shimron, vice-presidente de ativos digitais da casa de análises Fundstrat. Ele divulgou sua análise durante uma entrevista à CNBC no último final de semana.
Segundo Shimron, o preço do Bitcoin teve uma valorização de 900% nos últimos 12 meses. Por outro lado, as principais mineradoras do setor tiveram ganhos de 5.000% no mesmo período.
Em sua análise, Shimron levou em conta as quatro maiores mineradoras de Bitcoin listadas em bolsas. Juntas, elas possuem um valor de mercado de mais de R$ 5 bilhões:
- Marathon Digital Holdings (NASDAQ:MARA);
- Riot Blockchain (NASDAQ:RIOT);
- Hive Blockchain (TSXV:HIVE);
- Hut 8 (TSX:HUT).
Bitcoin e mineradoras mantém relação de 1 para 3
Para o executivo, os resultados confirmam a correlação positiva entre a mineração e o preço do Bitcoin. Contudo, a valorização das ações foi ainda mais expressiva.
A Riot Blockchain foi a que apresentou os melhores resultados. Suas ações dispararam 9.000% nos últimos 12 meses – valorização 10 vezes maiores que a obtida pelo Bitcoin.
Já a Hut 8 teve a menor disparidade, com uma alta de “apenas” 1.200%, 300 pontos percentuais a menos que o Bitcoin.
Shimron concluiu que para cada valorização de 1% no Bitcoin, as ações de mineradoras se valorização em 2,5% em média. Ou seja, os ganhos representam uma relação de 3 para 1 em favor das mineradoras.
No entanto, a mesma correlação se aplica aos movimentos de baixa. As ações de mineração tendem a cair 2,5% a cada 1% de queda do Bitcoin nestes momentos.
Falta de regulamentação aumenta volatilidade
Apesar dos fortes ganhos, o mercado de ações de mineradoras de Bitcoin sofre uma forte volatilidade. E para Shimron, parte disso é por culpa da ausência de regulamentação.
Nas palavras do pesquisador, a ausência de fundos e ETFs regulamentados deixa poucas opções aos investidores. Assim, eles buscam empresas de mineração como uma forma de se expor ao Bitcoin.
“Uma vez que a principal fonte de receita é o Bitcoin, essas empresas são fundamentalmente compradas em Bitcoin. Então os investidores estão essencialmente fazendo uma aposta nele quando investem em mineradoras. Até que um ETF de Bitcoin seja aprovado, os investidores podem ver as empresas mineradoras listadas como uma das únicas maneiras de obter exposição ao Bitcoin”, explicou.
Ele também citou o caso da Coinbase, que está se preparando para ser listada em bolsa. Em rodadas recentes, o valor de mercado da empresa chegou a superar o Itaú, maior banco brasileiro.
“(As ações da Coinbase) sendo negociadas a um valuation de cerca de US$ 100 bilhões nos mercados privados. Claramente há apetite do investidor para obter exposição dentro do espaço de criptomoedas, e as mineradoras são apenas outro segmento dentro disso”, finaliza.