VIENA (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu nesta quinta-feira prorrogar os cortes na produção de petróleo por nove meses, até março de 2018, disseram delegados do cartel, enquanto o grupo de produtores luta contra uma sobreoferta global de petróleo depois de ver os preços caírem e as receitas diminuírem acentuadamente nos últimos três anos.
Os cortes provavelmente serão compartilhados novamente por vários países não membros liderados pela Rússia, maior produtora de petróleo do mundo, que reduziu a produção em parceria com a Opep em janeiro.
Os cortes da Opep ajudaram a empurrar os preços do petróleo para acima de 50 dólares o barril este ano, dando impulso financeiro aos produtores, muitos dos quais dependem fortemente das receitas de energia e tiveram que queimar reservas de moeda estrangeira para tapar buracos em seus orçamentos.
A derrocada nos preços do petróleo, iniciada em 2014, forçou Rússia e Arábia Saudita a apertar seus cintos e causou distúrbios em outros países, como a Venezuela e a Nigéria.
Mas a alta dos preços neste ano impulsionou a produção da indústria de petróleo de xisto nos Estados Unidos, que não está participando do acordo para cortes, o que reduziu a velocidade do reequilíbrio do mercado, mantendo os estoques globais de petróleo ainda próximos de níveis recordes.
Após a decisão da Opep, os preços do Brent caíam levemente, uma vez que muitos dos mais altistas no mercado ficaram desapontados com os resultados. Havia expectativas de que a Opep poderia elevar o volume dos cortes ou prorrogá-los por até 12 meses.
Em dezembro, a Opep fechou seu primeiro acordo para cortes na oferta em uma década. O pacto foi o primeiro em 15 anos a incluir países de fora do grupo, liderados pela Rússia. Ambos os lados decidiram tirar do mercado 1,8 milhão de barris de petróleo por dia no primeiro semestre de 2017, o equivalente a 2 por cento da produção global.
O movimento para prorrogar as restrições à oferta primeiro envolveria um prazo adicional de seis meses, mas posteriormente a proposta passou para nove meses. A Rússia chegou a oferecer uma prorrogação por 12 meses.
"Houve sugestões (de cortes maiores), muitos países membros indicaram flexibilidade, mas... não será necessário", disse o ministro de Energia saudita, Khalid al-Falih, antes da reunião.