A exchange Binance planeja oferecer um incentivo para os clientes concluírem seu processo de verificação de identidade (KYC). Em troca dos dados, a exchange oferecerá um token “Soulbound”, que permitirá o acesso a recursos da BNB Chain.
Este token chama-se Binance Account Bound (BAB) e a oferta é bastante limitada. De acordo com o anúncio da Binance, somente quem completar o processo de KYC nesta quinta-feira (8) terá acesso ao token.
Os tokens Soulbound neste caso atuam como passaporte de identidade em toda a cadeia BNB. Assim como os NFTs, eles são são únicos para cada pessoa. No entanto, também são intransferíveis, ou seja, ninguém poderá vender os BAB no mercado.
A Binance criou a campanha como forma de estimular os usuários a fazer o KYC. Mas aqueles que preferem manter seus dados protegidos não precisam fazer o KYC.
Token dá acesso a projetos da BNB
O token vinculado à alma da Binance – chamado binance account bound (BAB) – permitirá que os usuários participem de “projetos de construção” dentro da BNB. Ao mesmo tempo, a Binance afirmou que os seus detentores poderão ganham recompensas se tiverem os tokens.
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Este conceito de token soulbound é novo, tendo chegado ao mercado em janeiro deste ano. O nome soulbound significa “ligado à alma”, o que ressalta o caráter intransferível desses tokens.
Quem iniciou a discussão desses tokens foi Vitalik Buterin, cofundador da blockchain Ethereum, em janeiro. No seu blog, Buterin escreveu um texto onde descreveu a nova classe de ativos como tokens digitais intransferíveis que representam a identidade social em uma sociedade descentralizada.
Ou seja, os tokens atuariam como uma espécie de documento de identidade descentralizado, ligado para sempre ao seu detentor. No futuro, este tipo de token poderia até substituir os processos tradicionais de KYC executados pelas exchanges.
As polêmicas do KYC
O uso de KYC em cripto ficou sob intenso escrutínio esta semana, quando a exchange descentralizada dYdX levou seus usuários a concluir uma “verificação de vitalidade” usando a tecnologia de webcam, com vários usuários comentando a relação antitética entre descentralização e KYC.
No geral, as exchanges utilizam o KYC como forma de provar a identidade do dono de uma conta, para evitar o cometimento de fraudes. Esta verificação normalmente é exigida por governos e autoridades de combate a crimes de lavagem de dinheiro.
Contudo, se o KYC por um lado supostamente garante a proteção desses crimes, por outro lado exige que os usuários coloquem vários dados pessoais nas plataformas das exchanges. Mas muitas pessoas criticam a medida como uma forma de violação da privacidade dos clientes.
Além disso, outra parte teme que hackers e criminosos possam roubar seus dados ao atacar essas plataformas, usando-os para cometer crimes e fraudes. Portanto, o KYC nesse sentido pode representar uma grave falha de segurança.