O preço recorde batido pelo bitcoin, que superou na madrugada desta quinta-feira, 5, o patamar dos US$ 100 mil, colocou o ativo num seleto grupo, segundo Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina. A maior criptomoeda do mundo passou a ter valor de mercado superior a US$ 2 trilhões - algo que até então havia sido alcançado apenas pelo ouro e as empresas Nvidia (NASDAQ:NVDA), Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (Google) e Amazon (NASDAQ:AMZN).
Nazar pontua que o novo marco ocorre devido a mudanças estruturais significativas no mercado, a possíveis alterações regulatórias nos Estados Unidos sob a gestão do presidente eleito Donald Trump e à adoção da criptomoeda por tesourarias de empresas e fundos institucionais alavancada pelos ETFs (sigla em inglês para fundos de índice) de bitcoin.
"Com conversas sobre uma reserva estratégica de bitcoin dos EUA e mais empresas adicionando a moeda nas operações de suas tesourarias, estamos à beira da verdadeira adoção global convencional", afirmou em nota o vice-presidente regional da Binance para a América Latina.
Apesar de o bitcoin ter deslanchado depois do resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos no início de novembro, Nazar argumenta que os fatores a favor do criptoativo "vão além das fronteiras americanas". "Diversos países estão em posição avançada na regulação do mercado, definindo regras que ao mesmo tempo protegem os usuários e permitem que tanto os investidores de varejo quanto institucionais acessem esse mercado", afirmou Nazar.
O VP para América Latina da Binance também pontua que, além desse movimento regulatório que cria uma demanda crescente por criptomoedas, as mudanças no cenário macroeconômico global também favorecem esse mercado. A queda da taxa de juros favorece a busca por ativos considerados de maior risco, mas que oferecem proteção contra inflação como as criptomoedas, segundo Nazar.
Ainda nos Estados Unidos, a indicação por Trump de Paul Atkins para a presidência da Securities and Exchange Comission (SEC, equivalente à CVM) e as aquisições bitcoin da Microstrategy destacam uma tendência crescente de tesourarias corporativas adotando ativos digitais. A Microstrategy já detém perto de 2% da oferta total de bitcoin.
"Outras empresas, como a Marathon Digital (NASDAQ:MARA) e potencialmente a Microsoft estão seguindo o exemplo, indicando uma mudança mais ampla em direção ao bitcoin como um ativo estratégico", disse Nazar.