Por Dhara Ranasinghe e Tom Westbrook e Hannah Lang
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - O Bitcoin atingiu um recorde nesta sexta-feira, mirando ultrapassar a marca dos 100 mil dólares, em uma recuperação estelar para a criptomoeda catapultada mais recentemente pelas expectativas dos investidores em torno de um ambiente regulatório mais amigável sob o futuro governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
O valor da maior moeda digital do mundo mais do que dobrou este ano e acumulou alta de cerca de 45% desde a vitória de Trump em 5 de novembro, quando os eleitores também elegeram uma série de parlamentares pró-criptomoedas para o Congresso dos EUA.
Os ganhos da criptomoeda, entretanto, foram mais comedidos nesta sexta-feira. Depois de atingir um novo recorde acima de 99.800 dólares, o bitcoin recuou um pouco para ser negociado com alta de 1,33% no dia, em torno de 99.383.
Ainda assim, o impulso para novos ganhos pareceu forte, com o bitcoin pronto para uma terceira semana consecutiva de ganhos de mais 10%. A criptomoeda também está no caminho para seu melhor desempenho mensal desde fevereiro.
A valorização fez com que o bitcoin se tornasse um dos ativos vencedores das chamadas "Trump trades" - ativos que são vistos como ganhadores ou perdedores das políticas do futuro presidente dos EUA.
A criptomoeda também parece estar prestes a ser aceita pelo público em geral. A bitcoin foi criada há 16 anos e até hoje os seus criadores permanecem anônimos.
"Quanto mais tempo ela sobreviver, será levada mais a sério, essa é apenas a realidade das coisas", disse Shane Oliver, economista-chefe e chefe de estratégia de investimentos da AMP Sydney. "Como economista e investidor, acho muito difícil avaliá-la... é uma incógnita. Mas ela tem um aspecto de impulso e, no momento, o impulso é de alta."
De fato, o bitcoin subiu cerca de 130% este ano.
Trump abraçou os ativos digitais durante sua campanha, prometendo fazer dos EUA a "capital das criptomoedas do planeta" e acumular um estoque nacional de bitcoin.
Os investidores de moedas digitais veem o fim do aumento da fiscalização da SEC sobre o setor depois que o presidente do órgão, Gary Gensler, disse na quinta-feira que deixará o cargo em janeiro, quando Trump assumir o cargo.
Sob o comando de Gensler, a SEC processou as corretoras Coinbase (NASDAQ:COIN), Kraken, Binance e outras, alegando que o fato de não terem se registrado na autarquia violava as regras da SEC, acusações que as empresas negam e estão combatendo na Justiça dos EUA.
Mais de 4 bilhões de dólares foram investidos em fundos de bitcoin negociados em bolsa e listados nos EUA desde a eleição.