A invasão da Ucrânia pela Rússia, deflagrada em 24 de fevereiro, impactou praticamente todos os mercados globais e o mercado cripto foi um deles. Embora inicialmente as principais criptomoedas do mercado tenham desvalorizado, elas conseguiram recuperar seu preço e valorizar significativamente desde a invasão.
Este bom desempenho pode estar associado ao aumento das transações com criptoativos em ambos os países.
A Ucrânia, por exemplo, se tornou o primeiro país do mundo a aceitar doações em ativos digitais após a invasão. O país do Leste Europeu recebeu milhões de dólares em criptomoedas de doações.
Além disso, conforme noticiado pelo CriptoFácil, em março, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky assinou uma lei “Sobre ativos virtuais”, legalizando oficialmente as criptomoedas no país.
Enquanto isso, a Rússia passou a ver nos ativos digitais uma possibilidade de tentar contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Em meados de março, o banco central russo concedeu a um dos maiores bancos do país, o Sberbank, uma licença para emitir e trocar criptomoedas.
Além disso, o primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin, afirmou que chegou a hora de integrar o Bitcoin na economia.
Impacto da invasão nas criptomoedas
Como mencionado, assim que as tropas de Vladmir Putin invadiram o território ucraniano, as criptomoedas desvalorizam expressivamente.
O Bitcoin, por exemplo, recuou quase 10% logo após a invasão. Mas, com o passar dos dias, conseguiu se recuperar. Desde a queda para US$ 35.111, em 24 de fevereiro, o BTC saltou mais de 30% para o preço atual de US$ 45.660.
Já o Ethereum, que recuou 12,2% para US$ 2.391 após a invasão, recuperou 46% de seu preço. No momento da escrita está sendo negociado a US$ 3.512.
Quem também foi impactada foi Solana (SOL), cujo preço caiu mais de 11% naquela data para cerca de US$ 78. Desde então, o preço subiu 70%. Atualmente, a criptomoeda está sendo negociada a US$ 133.
Impacto nas moedas fiduciárias
Em contrapartida, a moeda oficial da Rússia, o rublo russo, perdeu boa parte de seu valor frente ao dólar após a imposição de sanções.
Antes do início da guerra, um dólar custava cerca de 80 rublos. No dia 9 de março, com a ampliação das sanções, um dólar chegou a custar cerca de 143 rublos, uma baixa recorde e uma perda de 45%.
Para tentar estabilizar o rublo, o banco central da Rússia elevou sua taxa de juros de 9,5% para 20% em uma medida de emergência. Desde então, o rublo vem ganhando força gradualmente. Hoje, cada dólar custa cerca de 83 rublos, se aproximando do patamar pré-guerra.
O dólar, por sua vez, está registrando nos últimos dias sua menor cotação em dois anos. Na segunda-feira (4) a moeda fechou cotada a R$ 4,6081, com uma baixa de 1,27% no dia. A cotação é a menor desde 4 de março de 2020.
Vale destacar que no dia 24 de fevereiro, o dólar estava cotado a R$ 5,1033, uma queda de quase 10%.