Embraer mantém previsões para 2025 após evitar tarifa mais alta dos EUA
O Bitcoin passa por uma leve correção nesta terça-feira (15), após renovar a máxima histórica nos últimos dias. O movimento vem na esteira de uma combinação entre tensão geopolítica no Oriente Médio e um cenário macroeconômico que segue exigindo cautela. A ameaça do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, rota crucial para o transporte global de petróleo, elevou os temores inflacionários, provocando instabilidade nos mercados. Ainda assim, o BTC se mostra resiliente e mantém boa parte dos ganhos acumulados em julho.
Perto das 15h40, o BTC era negociado a US$ 116.146,60 na Binance, com queda diária de 2,8%. O Ethereum avançava 2,3%, cotado a US$ 3.056,40. O recuo no preço do Bitcoin reflete uma realização natural após dias de forte valorização, mas também é influenciado pelos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que vieram acima da meta do Fed (2,7% ao ano no dado cheio e 2,9% no núcleo). Apesar da pressão por juros mais baixos vinda do governo Trump, a inflação ainda resistente pode adiar cortes e manter o dólar forte, o que freia parte do otimismo nos criptoativos.
A crescente aversão ao risco tem reforçado a busca por ativos dolarizados e escassos, como o próprio Bitcoin e as stablecoins, especialmente em países mais expostos à inflação, como o Brasil. O BTC, com emissão limitada a 21 milhões, é visto por muitos como proteção contra a desvalorização monetária, embora oscile no curto prazo com ruídos de mercado. Já o ETH ganhou força nos últimos dias, apoiado por fluxos institucionais e expectativas sobre o Genius Act nos EUA, que pode consolidar regras claras para stablecoins e dar impulso adicional ao ecossistema DeFi.
Mesmo com a cautela momentânea, o mercado cripto como um todo continua em terreno positivo. Altcoins ligadas ao ecossistema Ethereum, como Optimism, AAVE e Polkadot, lideram os ganhos no dia. A expectativa sobre os desdobramentos da “Crypto Week” no Congresso americano -- que pode votar o Clarity Act e barrar a emissão de um dólar digital -- mantém os investidores atentos. A continuidade da tendência de alta vai depender da capacidade do BTC de se manter acima dos US$ 115 mil, patamar visto como suporte técnico chave. Já o ETH, caso confirme rompimento contra o BTC, pode liderar um novo ciclo de valorização entre as principais criptos.
"O Bitcoin volta ao centro do debate, mas com um comportamento que precisa ser analisado com cautela. Por ser um ativo escasso, o BTC tende a se valorizar em ambientes de inflação e impressão excessiva de moeda. Porém, no curto prazo, a volatilidade é inevitável, principalmente diante de rumores, boatos e manchetes negativas, algo que vimos claramente nos últimos dias. As altcoins, de forma ainda mais acentuada, sofrem quedas bruscas nesses momentos de incerteza" explicou Israel Buzaym, country manager da Bybit.