Após mais de três anos, um dos principais casos envolvendo ataques a exchanges começa a ser resolvido. Trata-se do caso da BTC-e.
Depois de anos de debates sobre extradição, o operador da exchange, Alexander Vinnik, foi finalmente condenado.
A informação é do portal russo Novaya Gazeta, divulgada nesta segunda-feira (7).
Lavagem de dinheiro e crime organizado
Vinnik foi condenado a cinco anos de prisão. A sentença foi proferida por uma corte de Paris, na Franca, onde Vinnik era procurado. Ele tentou a extradição para a Rússia no ano passado, mas não conseguiu.
Ele foi condenador por “lavagem de dinheiro como parte de um grupo criminoso organizado e fornecimento de informações falsas sobre origem de produto”.
Além de ser preso, o operador terá que pagar uma multa de 100 mil euros. Na cotação atual, o valor chega a R$ 616 mil.
Até o momento da publicação deste texto, os relatórios não especificam se a sentença de Vinnik está relacionada ao seu suposto papel como líder da BTC-e.
Isso porque Vinnik também foi associado ao ataque de um ransomware conhecido como Locky. E a sentença do tribunal especificou os crimes, mas não em quais casos.
Entenda o caso BTC-e
Conhecido coloquialmente como “Sr. Bitcoin”, Vinnik foi preso pela primeira vez na Grécia em julho de 2017.
Na ocasião, ele foi preso por supostamente participar das operações da BTC-e. Ele foi acusado de ser o organizador de um esquema que roubou fundos de diversos usuários da exchange.
Vinnik negou anteriormente seu envolvimento no BTC-e. Ele sempre alegou ser apenas um funcionário, enquanto a acusação o colocava como líder do esquema.
O esquema em questão seria uma trama internacional de lavagem de dinheiro. A acusação afirma que o esquema processou mais de US$ 4 bilhões por meio do BTC-e, cerca de R$ 20 bilhões na cotação atual.
Desde a prisão, várias jurisdições solicitaram a extradição de Vinnik, incluindo os Estados Unidos, onde ele foi acusado pela Rede de Execução de Crimes Financeiros (FinCEN, na sigla em inglês).
A Rússia, de onde Vinnik é cidadão, também fez um pedido de extradicão. No entanto, Vinnik foi extraditado para a França em 2018 sob a acusação de fraude e lavagem de dinheiro.
Em junho, a polícia da Nova Zelândia teria recuperado US $ 90 milhões relacionados ao caso contra Vinnik.