Blockmarket - Há um debate em curso na comunidade criptográfica sobre qual é o melhor método de validação em Blockchain, envolvendo o Proof of Work (PoW) e o Proof of Stake (PoS).
No PoS, a validação ocorre através do depósito de uma garantia que atua como garantia caso o validador tente agir de má fé ou fraudar a rede. No entanto, os críticos do PoS apontam que ele pode promover a concentração de moedas, uma vez que apenas a quantidade de moedas detidas determina a participação na validação e os retornos associados.
No PoW, a validação depende do poder computacional e do consumo de energia das máquinas. Os críticos do PoW destacam o alto gasto energético como o principal problema desse modelo. O debate intensificou-se com a transição do Ethereum do PoW para o PoS após a conclusão do Merge. Alguns usuários questionam se essa mudança comprometeu a descentralização da rede e aumentou a vulnerabilidade a ataques.
Protocolos que agregam ethers de várias pessoas para atingir o limite de 32 ETH surgiram, mas também levantaram preocupações sobre a centralização, já que os maiores deles controlam mais de 50% de todo o ETH na rede.
Mudança na rede Ethereum
Depois que a Ethereum mudou seu sistema de segurança de PoW para PoS, algumas pessoas ficaram preocupadas com os efeitos dessa mudança. A sigla PoS significa que quem tem mais ether pode validar as transações na rede e ganhar mais ether por isso. Mas para fazer isso, é preciso ter pelo menos 32 ether, que é muito dinheiro para a maioria das pessoas.
Então, alguns protocolos permitem que as pessoas se juntem e dividam os custos e os lucros da validação. Mas isso também pode levar a uma concentração de poder na rede, o que vai contra o princípio da descentralização. Além disso, há outras questões sobre a segurança da rede, a classificação do ether como um ativo financeiro e o impacto ambiental da mudança.
Preocupações diante da mudança do protocolo
A preocupação com o futuro do Ethereum aumentou significativamente após a declaração da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) alegando que o ether (ETH) poderia ser caracterizado como um valor mobiliário. Esta declaração tem implicações regulatórias substanciais para o Ethereum e seu ecossistema. Os principais pontos são:
- Jurisdição da SEC: a SEC alega que, devido ao fato de aproximadamente 45% dos validadores da Ethereum estejam localizados nos Estados Unidos, a agência teria jurisdição sobre as transações que ocorreriam na rede Ethereum. Isso sugere que a SEC poderia exercer regulamentação sobre as transações e até mesmo impor regulamentações rigorosas, caso considere que o ether é de fato um valor mobiliário.
- Potencial Proibição de Transações: se a SEC considerar o ether como um valor mobiliário e exercer sua autoridade regulatória, ela poderia, teoricamente, proibir ou restringir transações envolvendo o ether nos Estados Unidos. Isso teria um impacto significativo no mercado de criptomoedas e no ecossistema da Ethereum.
- Migração de Jurisdição: uma das respostas possíveis dos validadores e participantes da Ethereum seria migrar de jurisdição para evitar a regulamentação da SEC. Isso poderia ser feito através do uso de serviços de VPN para mascarar a localização física dos validadores ou até mesmo pela migração física dos servidores (nós) para outros países com regulamentação mais favorável. A facilidade de realocação de ativos digitais é uma característica importante das criptomoedas.
- Riscos associados à concentração de participação: a Ethereum já enfrentou questões relacionadas à concentração de participação, onde um pequeno número de entidades controla uma parte significativa do ether no jogo. Isso poderia aumentar o risco de centralização e ameaçar a segurança e a descentralização da rede. Se uma regulamentação da SEC levar a uma maior centralização ou concentração de poder, isso poderia afetar ainda mais essas preocupações.
- Mudança para o PoS: A mudança do Ethereum do Proof of Work (PoW) para o Proof of Stake (PoS) já gerou discussões sobre seus impactos, incluindo questões de segurança e centralização. O PoS é um modelo de consenso mais recente e sua eficácia em redes de grande escala, como o Ethereum, ainda está sendo testado.
Por que o minimalismo de consenso da Ethereum é importante para a segurança da rede
O consenso da Ethereum não se limita a validar blocos e garantir a segurança da rede. Ao longo do tempo, surgiram propostas para usar o consenso da Ethereum para outros fins, como fornecer dados externos, permitir que os validadores transfiram seus depósitos para outros protocolos e recuperem fundos bloqueados ou hackeados em aplicações de segunda camada (soft forks).
Essas propostas podem parecer benéficas para o ecossistema da Ethereum, mas também trazem riscos significativos. Ao “estender” o papel do consenso da Ethereum, aumenta-se a complexidade e os custos de executar um validador, o que pode desencorajar a participação e reduzir a descentralização da rede. Além disso, aumenta-se a chance de erros e ataques maliciosos, que podem comprometer a segurança e a estabilidade da blockchain.
Por isso, Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, defende a preservação do minimalismo de consenso da Ethereum, ou seja, manter o consenso focado em suas funções essenciais de validação de blocos e segurança da rede. Buterin argumenta que o uso do consenso da Ethereum para outras finalidades pode ser substituído por soluções alternativas, usar fontes de dados externos de segunda camada, permitir que os validadores escolham onde alocar seus depósitos e criar formas de resgatar fundos por meio de contratos inteligentes.
Em resumo, o minimalismo de consenso da Ethereum é importante para a segurança da rede porque evita a sobrecarga e a fragilização do núcleo da blockchain. Ao manter o consenso simples e robusto, a Ethereum pode garantir a confiabilidade e a escalabilidade de sua plataforma.
Os riscos e as soluções para o consenso da Ethereum
A Ethereum é uma plataforma descentralizada que usa a tecnologia Blockchain para executar contratos inteligentes e aplicações distribuídas. A rede usa um mecanismo de consenso chamado prova de participação (PoS), que visa garantir a segurança, a eficiência e a sustentabilidade da rede. No entanto, o Ethereum também enfrenta alguns riscos de ataques ao seu consenso, que podem comprometer a sua integridade, a sua confiabilidade e a sua valorização.
Um ataque ao consenso é uma tentativa de manipular ou subverter o processo de validação das transações e dos blocos na rede blockchain. Existem diferentes tipos de ataques ao consenso, como o ataque de 51%, o ataque de longa distância, o ataque de nada em jogo, o ataque de censura, o ataque de negação de serviço e o ataque à camada social.
O ataque de 51% ocorre quando um grupo de participantes da rede consegue controlar mais da metade do poder computacional ou do poder de voto da rede, podendo assim alterar ou reverter as transações e os blocos à sua vontade. Esse tipo de ataque é mais difícil de acontecer no Ethereum do que em outras redes que usam prova de trabalho (PoW), pois o Ethereum usa um algoritmo chamado Casper, que penaliza os participantes maliciosos que tentam criar cadeias alternativas.
O ataque de longa distância ocorre quando um participante da rede cria uma cadeia alternativa mais longa do que a cadeia principal, usando blocos antigos que foram ignorados ou descartados pela maioria da rede. Esse tipo de ataque pode enganar os novos participantes da rede ou os participantes que ficaram offline por um longo período, fazendo-os acreditar que a cadeia alternativa é a verdadeira. O Ethereum tenta prevenir esse tipo de ataque usando um mecanismo chamado finalidade, que torna os blocos irreversíveis depois de um certo número de confirmações.
O tipo de ataque ocorre quando um participante da rede valida blocos em várias cadeias alternativas ao mesmo tempo, sem se comprometer com nenhuma delas. Esse tipo de ataque pode causar uma divisão da rede ou uma perda de consenso. O Ethereum tenta evitar esse tipo de ataque usando um mecanismo chamado depósito, que exige que os participantes bloqueiem uma certa quantidade de ether para validar os blocos. Se eles validarem blocos conflitantes, eles perdem parte ou todo o seu depósito.
O ataque de censura ocorre quando um grupo de participantes da rede impede que certas transações ou contratos sejam incluídos nos blocos, violando a neutralidade da rede. Esse tipo de ataque pode afetar os direitos e os interesses dos usuários da rede. O Ethereum tenta combater esse tipo de ataque usando um mecanismo chamado incentivo, que recompensa os participantes que incluem as transações nos blocos com taxas e recompensas.
O ataque de negação de serviço ocorre quando um grupo de participantes da rede sobrecarrega a rede com transações inválidas ou inúteis, consumindo os recursos dos outros participantes e dificultando o processamento das transações legítimas. Esse tipo de ataque pode reduzir a velocidade e a capacidade da rede. O Ethereum tenta impedir esse tipo de ataque usando um mecanismo chamado gás, que limita a quantidade de computação e armazenamento que cada transação pode usar.
O ataque à camada social ocorre quando um grupo de participantes da rede tenta minar a confiança pública no Ethereum, desvalorizar o ether, reduzir a adoção ou enfraquecer a comunidade Ethereum para tornar a coordenação fora da banda mais difícil. Esse tipo de ataque pode envolver propaganda negativa, desinformação, falsificação, extorsão ou violência. O Ethereum tenta resistir a esse tipo de ataque usando um mecanismo chamado governança, que permite que os participantes da rede tomem decisões coletivas sobre o desenvolvimento e a atualização do protocolo.
Como se pode ver, o Ethereum possui vários mecanismos de defesa contra os ataques ao seu consenso, mas nenhum deles é infalível ou imune a falhas. Por isso, é importante que os usuários da rede estejam atentos e informados sobre os riscos e as oportunidades que o Ethereum oferece, e que participem ativamente da sua manutenção e melhoria.