A desvalorização do Bitcoin chegou a quase 10% na quinta-feira (21). A criptomoeda desceu até os US$ 31.800 (pouco mais de R$ 171 mil) e viu seu valor de mercado cair US$ 180 bilhões, segundo o CoinMarketCap.
Nesse cenário, os estrategistas do JPMorgan Chase & Co. disseram que o Bitcoin é o “hedge menos confiável durante períodos de forte estresse do mercado”.
A afirmação foi feita na quinta-feira pelos estrategistas John Normand e Federico Manicardi em um relatório.
Hedge menos confiável
De acordo com a Bloomberg, os analistas também disseram que as perdas sustentadas vêm com a crescente adoção do Bitcoin.
E isso “aumenta as correlações com ativos cíclicos, potencialmente convertendo-os de seguro para alavancagem”.
Embora reconheçam o apelo do Bitcoin como uma resposta para investidores que estão preocupados com conflitos políticos, eles observaram que qualquer um que aposte no Bitcoin como um diversificador de portfólio está se colocando em risco.
Normand e Manicardi analisaram a relação do Bitcoin com outros ativos. O objetivo era verificar se os investidores podem usá-lo para diversificar um portfólio.
Eles observaram que, nos últimos cinco anos, o Bitcoin teve uma correlação baixa com hedges, como ouro e títulos do tesouro.
Portanto, o BTC se tornou potencialmente útil para investidores que gerenciam um amplo portfólio.
Mas, na recente corrida, segundo eles, a dinâmica mudou. Agora, o Bitcoin está se movendo mais em sincronia com os mercados cíclicos tradicionais.
“Se sustentado, esse desenvolvimento pode corroer o valor da diversificação ao longo do tempo”, disseram.
Para o analista de mercado sênior, Oanda Craig Erlam, o Bitcoin está mostrando vulnerabilidade no final de um mês forte:
“Estava vendo alguma pressão nos US$ 34.000 na quarta-feira. Desde então cedeu, tornando uma corrida de US$ 30.000 altamente provável. Este nível parece muito vulnerável e uma quebra abaixo dele é uma má notícia no curto prazo para o Bitcoin e as criptomoedas em geral”, disse.
Além disso, Erlam acrescentou que não ficaria surpreso se os preços despencassem para US$ 20.000 antes de atingirem novos máximos.