Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O grupo 2TM, controlador da Mercado Bitcoin, anunciou nesta quarta-feira a demissão de parte dos funcionários da corretora de criptomoedas, citando o cenário econômico global adverso.
"A mudança do panorama financeiro global, alta de juros e da inflação, vem tendo grande impacto nas empresas de base tecnológica", afirmou o 2TM em comunicado, sem mencionar o número de demissões. Veículos de mídia local informaram que tratam-se de 90 cortes. Questionada sobre o tamanho do corte de pessoal citado pela imprensa, a empresa não se manifestou.
"Assim, o cenário exigiu ajustes que vão além da redução de despesas operacionais, tornando-se necessário também o desligamento de parte de nossos colaboradores, disse a empresa, afirmando que ofereceu um pacote de benefícios para apoiar os demitidos, incluindo ajuda para recolocação no mercado.
O anúncio acontece no momento de instabilidade no mercado de moedas digitais, com o bitcoin, a maior delas, enfrenta forte volatilidade, em linha com os mercados de ativos de risco, em meio a um cenário global de fraqueza econômica, elevada inflação e aumento de juros. Em 2022 até agora, o bitcoin acumula desvalorização de 35%.
Foi uma deterioração rápida desde que o 2TM recebeu um aporte de 200 milhões de dólares do SoftBank em julho passado, que avaliou o Mercado Bitcoin em 2,1 bilhões de dólares.
O caso do Mercado Bitcoin é o mais recente de uma série de startups brasileiras que formaram bases milionárias de clientes nos últimos anos, processo acelerado durante a pandemia de Covid-19, montadas em volumes crescentes de investidores de capital de risco.
Nas últimas semanas, os portais imobiliários QuintoAndar e Loft e o hipermercado digital de compras coletivas Facily demitiram em conjunto cerca de 350 funcionários, também alegando a necessidade de refazerem planos de crescimento diante de um cenário econômico mais hostil.