Por Sam Boughedda
Num relatório publicado na terça-feira, a analista Sheena Shah, do Morgan Stanley, escreveu que a fraqueza nos preços do mercado cripto, o fracasso de uma stablecoin do dólar e a redução na alavancagem DeFi estão resultando no equivalente cripto a um aperto quantitativo (QT).
A analista colocou questões como quem redimiu o USD, a maior stablecoin, que recentemente testemunhou US$ 10 bilhões em resgates. Shah também questionou se o Tether tem reservas líquidas suficientes para manter a indexação ao dólar.
"Os investidores estão resgatando o USDT a um ritmo recorde, US$ 10,6 bilhões no mês passado, sem que outras emissões de stablecoin aumentem. Este é o equivalente cripto de um aperto quantitativo, à medida que o valor de mercado total das stablecoins cai e a liquidez em exchanges descentralizadas e a alavancagem nas plataformas de crédito cai ainda mais rápido", disse Shah.
"Dos US$ 10 bilhões resgatados, a maior parte (US$ 5,9 bilhões) estava na blockchain TRON e, surpreendentemente, muito menos no Ethereum. Binance, a cripto exchange, é a maior proprietária conhecida de USDT (US$ 21 bilhões), controlando 49% de todos os USDT emitidos pela TRON", acrescentou a analista.
Embora Shah afirme que os riscos resultantes da propagação sistêmica da fraqueza do mundo cripto para o sistema bancário fiduciário atualmente pareçam limitados, já que as empresas de cripto alavancadas se endividaram entre si, a analista alertou que, se o USDT cair materialmente abaixo da sua indexação de US$ 1, ele teria uma repercussão negativa mais considerável sobre os mercados de criptoativos e de risco.