A Stronghold Digital Mining (SDM), empresa de mineração de criptomoedas com sede no estado da Pensilvânia, encontrou uma maneira criativa de minerar Bitcoin (BTC). De acordo com um relatório da Reuters, a SDU emprega resíduos de carvão para fornecer energia para suas máquinas.
O método pouco convencional é visto a princípio como poluente, mas não é o caso. De fato, utilizar resíduos de carvão faz a empresa não precisar sobrecarregar a rede nacional de energia dos Estados Unidos. E longe de ser poluente, a medida na verdade ajuda a reduzir poluição no estado
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Método retira resíduos poluentes
O método não apenas é pouco convencional, mas também é inovador. A SDM coleta os resíduos de uma mina próxima da sede da empresa. Depois de ser processado, o subproduto vai para um prédio de caldeiras, onde é queimado.
Em seguida, a queima oriunda dos resíduos gera energia, que é utilizada para gerar a eletricidade necessária para a mineração de BTC. O relatório não traz dados sobre a quantidade de energia gerada no processo, nem se ela é suficiente para suprir as operações da SDM.
Se não forem isolados, os resíduos de carvão poderiam entrar no subterrâneo e poluir os lençóis freáticos locais. Essas cinzas também possuem metais pesados, que são considerados carcinogênicos, ou seja, causam câncer.
Dessa forma, a iniciativa da SDM impede que certas quantidades de resíduos sejam jogados ao ar livre. A queima deste produto para a mineração de BTC também não joga poluentes na atmosfera. Em outras palavras, a mineração de BTC na verdade contribui para reduzir a poluição local.
Greg Bard, Diretor Executivo da SDM, disse que o projeto alia o melhor de dois mundos. Além de retirar poluentes do solo, água e do ar, cria uma fonte de energia barata e eficiente.
“A própria rede de mineração de Bitcoin é a maior rede de computadores descentralizada do mundo. Ela também demanda muita energia, então realizar mineração de Bitcoin e uma usina de energia faz muito sentido”, disse.
Por fim, o método de limpeza contribui para melhorar a imagem do estado da Pensilvânia, bastante associada a acidentes com minas de carvão. O mais famoso deles é o da cidade de Centralia, ocorrido nos anos 1960, que resultou no completo incêndio de uma mina subterrânea.
Como resultado, Centralia teve que ser evacuada por completo e hoje é uma cidade-fantasma. O carvão abaixo do lugar queima até hoje, emitindo gases extremamente tóxicos.
Canadá reutiliza energia de mineração Mais ao norte da Pensilvânia, o Canadá também busca aproveitar a mineração do BTC em outras áreas. A cidade de North Vancouver fechou uma parceria com a mineradora Mintgreen para liberar a mineração de BTC na região em outubro de 2021.
Em contrapartida, a energia criada pelo calor das máquinas ASIC será redirecionada para edifícios residenciais, alimentando o aquecimento interno. O método foi apelidado de “caldeiras digitais” pela Mintgreen.
Além de fornecer aquecimento barato, as caldeiras digitais são menos poluentes em relação ao gás natural. Nesse sentido, elas podem impedir a emissão de 20 mil toneladas de gases do efeito estufa (GEE) a mais em relação ao aquecimento com gás natural.
Segundo o CEO da companhia elétrica da cidade (LEC) Karsten Veng, a parceria poderia ser benéfica para a migração de North Vancouver rumo ao uso de energias verdes.
“A parceria com a Mintgreen neste projeto é muito emocionante para a LEC, pois é um projeto inovador e econômico. Ele reforça a jornada da LEC em apoiar as metas ambiciosas de redução de gases de efeito estufa da cidade”.