Sem apetite institucional, Bitcoin perde tração e testa paciência do mercado

Publicado 29.07.2025, 15:24
© Reuters

Investing.com -- O Bitcoin segue em compasso de espera, tentando consolidar terreno após a queda da semana passada. Após tocar mínimas próximas de US$ 114.500, a criptomoeda conseguiu uma recuperação tímida, mas ainda encontra forte resistência entre US$ 118.900 e US$ 120.500. A movimentação atual permanece dentro de um intervalo apertado, e analistas apontam que o mercado está “resfriando”, não virando para baixo, ao menos por enquanto. Apesar do rompimento técnico de uma cunha descendente, a ausência de volume e o enfraquecimento da demanda nos EUA deixam o rali em modo cautela.

Por volta das 15h30 (horário de Brasília) desta terça-feira (29), o Bitcoin era cotado a R$ 117.660,0, com leve queda de 0,10%, enquanto o Ethereum operava a R$ 3.764,27, recuando 0,47%, segundo dados da Binance. A falta de fôlego para superar os US$ 120.000 tem sido atribuída à realização de lucros por grandes investidores (os chamados “whales”, baleias em português) e à queda no apetite institucional, refletida nas saídas de US$ 22 milhões do ETF da BlackRock (NYSE:BLK), o iShares Bitcoin Trust ETF (NASDAQ:IBIT). A dominância do BTC, atualmente em 52,1%, se mantém estável, mas apenas porque o restante do mercado cripto também recua. Indicadores como o RSI e MACD mostram um cenário neutro a levemente negativo, com tendência técnica enfraquecida. Entre as principais criptos do mercado, o destaque positivo do dia está com a TRON, com alta de 4,77%.

O desânimo entre investidores dos EUA é um dos principais freios no curto prazo. O índice de prêmio da Coinbase (NASDAQ:COIN) mostra queda na demanda por BTC no mercado americano acima dos US$ 105.000, sinalizando que muitos estão à espera de pontos de entrada mais atrativos. Ao mesmo tempo, dados da CryptoQuant apontam que holders de longo prazo começaram a realizar lucros nas últimas sessões, especialmente próximo da resistência psicológica de US$ 120.000. Essa distribuição silenciosa reduz o ímpeto de alta e mostra que o sentimento de acumulação precisa se firmar com mais convicção para sustentar um rompimento.

No plano macro, o mercado segue sensível às perspectivas do Federal Reserve e à valorização do dólar, que pressiona ativos de risco como o Bitcoin. Com a reunião do FOMC marcada para quarta-feira (31), cresce a expectativa de manutenção dos juros, mas com sinalizações mais duras na comunicação do Fed. Além disso, o impasse nas tarifas comerciais com México, Coreia do Sul e Taiwan eleva a aversão ao risco. Em meio a esse cenário, o BTC caminha sobre uma linha tênue: se perder a região dos US$ 114.800 com volume, a próxima zona de suporte relevante fica apenas entre US$ 111.000 e US$ 112.400, aumentando a vulnerabilidade a quedas mais profundas.

"Olhando para o lado do gráfico, o Bitcoin está em período de compressão, com volatilidade baixa, sugerida pelo estreitamento das bandas de Bollinger. Isso geralmente antecipa movimentos bruscos. Enquanto se mantiver acima dos US$117K, o cenário segue construtivo para novas altas. Uma superação forte de US$120K pode disparar stops de vendidos e buscar novas máximas rapidamente. A relação estável do SSR e as concentrações no liquidity map pedem cautela; uma virada no fluxo pode acelerar liquidações ou uma correção mais forte, especialmente se perder US$116K. O cenário técnico aponta para possível explosão de volatilidade nos próximos dias. O rompimento do range decidirá o direcionamento – acima de US$120K é altista, abaixo de US$116K abre espaço para quedas mais acentuadas", avaliou Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.

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