👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Setor de criptoativos vai passar por "limpeza" a partir deste ano, vê BTG Pactual

Publicado 06.02.2023, 08:49
Atualizado 06.02.2023, 08:50
© Reuters
ITUB4
-
BTC/USD
-
BPAC11
-
BTC/USD
-
ETH/USD
-
LUNAt/USD
-
SOL/USD
-
pDOTn/USD
-
XPBR31
-
ROXO34
-

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria global de criptoativos deve passar por uma depuração a partir deste ano após a forte turbulência de 2022, avalia o chefe da área de ativos digitais do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), André Portilho, que também vê o cenário atual mais benigno a ativos de risco também favorecendo criptomoedas.

"As empresas sem um modelo de negócios sustentável, que fizeram besteiras, que não trataram bem seus clientes, que alavancaram demais, essas vão ficar pelo caminho", disse o executivo do maior banco de investimentos da América Latina à Reuters.

"Nada do que aconteceu com cripto já não aconteceu em outras indústrias no passado...Para a frente, a tendência é limpar a indústria, ter mais regulação e ter empresas mais estruturadas entrando nesse mercado", avalia.

Segundo ele, as empresas que vão conseguir se manter no mercado serão as com uma eficiente gestão de risco e que oferecem segurança e mecanismos robustos de governança.

Em 2022, o bitcoin derreteu 64%, distanciando-se da máxima de 69 mil dólares registrada em 2021, em meio a um ambiente de aumento de juros, temores de recessão e uma série de colapsos de bancos e outras empresas de criptomoedas que incluíram a gigante FTX.

"Isso talvez tenha sido o primeiro grande movimento do mercado de cripto que foi muito mais influenciado por fatores macro (inflação e aumento de juros dos principais bancos centrais do mundo) do que por fatores específicos da indústria mesmo", avalia Portilho.

Esses fatores, segundo ele, foram os gatilhos para o que se observou no ano passado, após a maior expansão na indústria de cripto, que provocou problemas inerentes a qualquer tipo de bolha financeira, como a má alocação de capital. As empresas que não estavam bem estruturadas, disse, começaram a ter problemas. "Quando a maré baixa, você vê quem está nadando pelado."

Portilho avalia que o pior do movimento de queda de criptomoedas já passou, e cita a maior visibilidade sobre o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos como um componente para o clima mais favorável a ativos de risco. Mas ele ponderou que a chance de recessão ainda é uma incerteza relevante.

"Não dá para saber ainda se vai vir uma recessão, quão forte vai ser agora. O que me parece é que o pior desse movimento já foi... O mercado está mais leve."

Apenas neste ano, o bitcoin já acumula alta ao redor de 40%, negociado em torno de 23.400 dólares.

Na quarta-feira, o banco central norte-americano reduziu o ritmo de altas da taxa de juros, que agora situa-se na faixa entre 4,50% e 4,75%. Mas continuou a prometer "aumentos contínuos" nos custos de empréstimos como parte de sua batalha ainda não resolvida contra a inflação.

BRASIL

O executivo do BTG Pactual não vê os eventos que ocorreram no exterior acontecendo no Brasil, uma vez que foram desencadeados por instrumentos de empréstimos e derivativos de cripto que não existiam no país, onde se negocia primordialmente cripto à vista. "Esse tipo de problema não vai ter."

Entre os episódios que estremeceram o mercado nem 2022, está a derrocada do fundo de hedge voltado a criptomoedas Three Arrows Capital (3AC), que sofreu com o colapso da rede Terra e deixou de pagar empréstimos a corretoras como a Voyager Digital.

Também a Celsius entrou com pedido de recuperação judicial após congelar saques e transferências por causa de condições "extremas" de mercado, assim como outros bancos de criptomoedas, como o Vauld e o Hodlnaut, também suspenderam saques.

A FTX foi o caso mais emblemático dado o tamanho da exchange, que entrou com pedido de recuperação judicial em novembro, com seu fundador sendo acusado de fraude. Sam Bankman-Fried é acusado de usar secretamente 10 bilhões de dólares em dinheiro de clientes para financiar sua própria empresa de corretagem, a Alameda Research.

Portilho afirmou, porém, que podem haver problemas relacionados ao momento de menor liquidez no mercado, com empresas do setor no Brasil não conseguindo se sustentar porque as receitas delas caíram muito. "Isso pode acontecer, mas é um problema completamente diferente do que se viu lá fora."

Em 2022, no Brasil, além do BTG, que lançou sua plataforma de investimentos em criptoativos Mynt, grupos como Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), XP (BVMF:XPBR31) e Nubank (BVMF:NUBR33) também se movimentaram, passando a oferecer serviços como negociação de criptomoedas, "tokenização", custódia de criptoativos, entre outros.

Em um momento no qual uma série de empresas de tecnologia vem anunciado milhares de demissões, Portilho afirmou que a área de ativos digitais do BTG não precisa fazer nenhum ajuste significativo atualmente. "Pelo contrário, estamos avaliando oportunidades para coisas que sejam boas para o nosso negócio aumentar."

Ele declinou em detalhar sobre eventuais aquisições de ativos. "A questão toda é quando acontece a oportunidade. E nesses momentos que o mercado está pior nós ficamos mais atentos."

O executivo afirmou que a Mynt deve incluir novas moedas digitais para negociação ainda neste mês e que espera lançar outros produtos até o final do trimestre. Atualmente, a plataforma opera com 14 criptoativos entre os quais bitcoin, ether, solana e polkadot.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.