Muitos investidores e analistas apontam a ilusão que é vender ganhos fáceis com o day trade, seja com criptomoedas ou no mercado tradicional. Contudo, o brasileiro Cláudio Coppola di Todaro, conhecido como “Claudinho”, é uma das exceções.
Claudinho é gestor do fundo R&C. Apesar de ser um fundo, ele tem como único cotista o trader. Por isso, o R&C realiza operações muito mais arriscadas do que a média do mercado — e consegue lucros igualmente acima da média.
Lucro de sete dígitos em quatro anos
O R&C foi criado em 2005, mas foi a partir de 2015 que o fundo apresentou grande rentabilidade. Entre 2015 e 2019, seu retorno acumulado foi de impressionantes 1.012.069%.
O fundo rendeu mais de 1 milhão por cento em cerca de 4 anos. Ou seja, caso alguém tivesse investido R$ 1 mil R&C em 2005, o dinheiro teria se transformado em R$ 10.120.680 no auge da cota em 2019.
Nos últimos meses, porém, a rentabilidade do fundo foi prejudicada por causa da pandemia. Por conta disso, ela caiu para “apenas” 427.834,73%. Quem tivesse investido R$ 1 mil em 2005 teria R$ 4.278.340.
Operações de alto risco e volatilidade marcam fundo
Diferente da tendência atual de venda de cursos, Claudinho vai na contramão. Seu fundo é regulamentado e aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O R&C encaixa-se na categoria multimercado, a mesma dos fundos de criptomoedas que existem no Brasil. Ou seja, ele pode se expor a várias classes de ativos.
Contudo, o trader não obteve tal rendimento com criptomoedas. Seu fundo não investe neste produto, mas nem por isso apresenta menos volatilidade. O fundo chega a registrar valorização de 96% em 1 mês e depois -40% em outro.
Na média, sua volatilidade anual é quase cinco vezes maior do que a do Ibovespa e 20 vezes maior do que a dos demais fundos multimercado, de acordo com um levantamento do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A “magia” de Claudinho está em apostar em investimentos de altíssimo risco e operar no day trade. Ele investe em contratos futuros que permitem apostar na alta ou na baixa de ações, taxas de juro e moedas.
“Passei por várias crises e sei limitar as perdas. Só aplico em mercados com muita liquidez, o que permite que eu venda rapidamente qualquer ativo se minha estratégia der errado”, disse o gestor ao Cointelegraph Brasil.
R&C perde para fundos de criptomoedas
Com uma rentabilidade na casa de sete dígitos, o fundo se destaca entre seus pares. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o segundo fundo mais rentável do mundo desde 2005 rendeu “apenas” 1.052%.
No entanto, o R&C não é livre de falhas. Analisando a rentabilidade dos últimos 24 meses, o fundo tem performance inferior aos principais fundos de criptomoedas do mercado.
Em 24 meses, a rentabilidade do R&C foi de 128,18%. Nota-se que ela foi menor do que vários fundos de criptomoedas, como Hashdex Bitcoin I (346,12%), Vitreo Criptomoedas FIC (442,54%) e BLP Crypto Assets (858,35%).