A exchange descentralizada (DEX) Uniswap bloqueou 253 endereços de carteiras de criptomoedas que estiveram, de alguma forma, ligadas a crimes ou a sanções.
Conforme informou o desenvolvedor e colaborador da Yearn Finance, Banteg, no Twitter, o bloqueio em questão se deu ao longo dos quatro meses em que a Uniswap trabalhou com a empresa de análise de blockchain TRM Lab.
Os dados sobre a inserção de carteiras na lista de restrições da Uniswap foram publicados no GitHub pelo engenheiro de software da Uniswap, Jordan Frankfurt. Então, Banteg obteve acesso aos dados e os divulgou na rede social.
Uniswap bloqueia endereços de cripto
De acordo com as informações de Frankfurt, os endereços em questão foram bloqueados, em sua maioria, por ligação com fundos roubados ou por estarem vinculados a serviços misturadores de criptoativos, como o Tornado Cash, por exemplo, que foi sancionado pelos Estados Unidos recentemente.
Contudo, Banteg destacou que cerca de 12% dos endereços bloqueados sofreram “danos colaterais”. Ou seja, não estavam diretamente ligados a crimes ou a sanções e mesmo assim sofreram bloqueios.
30 out of 253 of blocked addresses, or around 12%, have an associated ens name. most are likely legitimate users that have fallen to trm collateral damage. pic.twitter.com/TEfz2gKn5K— banteg (@bantg) August 19, 2022
“30 dos 253 endereços bloqueados, ou cerca de 12%, têm um nome ENS [Ethereum Name Service] associado. A maioria é provavelmente de usuários legítimos que sofreram danos colaterais da TRM.”
Ainda segundo Banteg, a agência verifica “tanto a posse quanto a contraparte de um negócio ‘perigoso'” e isso podem contribuir para o bloqueio”. Ele observou que a informação “não era para ser pública”, mas disse que as pessoas podem ter uma “exibição única do primeiro vazamento [TRM Labs]”.
Uniswap se une à TRM Labs A Uniswap se uniu ao provedor de conformidade TRM Lab em abril deste ano. Como consequência disso, quando alguém interage com o site da DEX, o endereço dessa pessoa vai para a TRM Labs. Em seguida, a agência identifica o endereço e o enquadra em um dos sete níveis de risco, pré-estabelecidos pela Uniswap.
Quatro dos sete níveis dizem respeito a endereços sob sanção, fundos roubados, ou oriundos de mixers de cripto, de ataques hackers ou de esquemas fraudulentos.
Já os outros três níveis estão ligados a material de abuso sexual infantil, fundos usados para financiamento de terrorismo ou fundos oriundos de hackers conhecidos. No caso de o endereço ser alvo de um bloqueio, este acontece no nível front-end do protocolo Uniswap.
Conforme explicou Frankfurt, a DEX bloqueava, no início, os endereços que estavam vinculados a sanções, mesmo que de forma indireta. No entanto, a exchange foi reduzindo os bloqueios dessa categoria.
Agora, a Uniswap só bloqueia endereços sancionados de forma direta ou então os que receberam fundos roubados ou vindos de hacks.