BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Argentina, Maurício Macri, disse que o governo providenciará medidas para aliviar dívidas de agricultores que sofrem com o que ele descreveu como a pior seca do país em 40 anos, que resultou em cortes dramáticos nas estimativas das safras de soja e milho.
Quatro meses de seca no terceiro maior exportador de ambas as commodities reduziram as previsões para a colheita de soja para menos de 45 milhões de toneladas, ante expectativas no começo da temporada de quase 55 milhões de toneladas.
Macri disse que o banco central irá publicar logo uma resolução postergando o vencimento de empréstimos agrícolas para evitar que os produtores atrasem seus pagamentos. Além disso, o estatal Banco de La Nacion irá lançar novas linhas de crédito com generosos períodos de carência para que os produtores possam continuar comprando equipamentos agrícolas.
"Desta maneira, nós permitiremos que vocês obtenham novos empréstimos para superar esse difícil momento", disse Macri em um discurso durante uma convenção de equipamentos agrícolas em San Nicolas, cidade na província de Buenos Aires no centro dos cinturões de grãos dos Pampas do país sul-americano.
A agricultura é crucial para a economia da Argentina e uma safra menor deve reduzir o crescimento do país, embora a expectativa ainda seja de expansão do PIB em 2018 pelo segundo ano consecutivo, depois de uma pesada recessão em 2016.
A seca argentina levou os futuros do milho e da soja na Bolsa de Chicago a picos de preços.
(Por Luc Cohen)