Por Pete Schroeder
WASHINGTON (Reuters) - O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, planeja reconhecer no Congresso que o Facebook não é o "mensageiro ideal" para seu projeto da criptomoeda libra, devido às críticas contínuas à empresa.
Segundo texto do depoimento, Zuckerberg dirá que apoia o adiamento do lançamento de libra, atualmente programado para meados de 2020, até que preocupações regulatórias dos EUA sejam totalmente resolvidas. E ele acrescentará que a moeda digital visa a facilitar transferências de dinheiro, e não a competir com moedas soberanas ou impactar a política monetária.
Zuckerberg deve falar na quarta-feira perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, onde deve enfrentar críticas dos parlamentares, cautelosos com os esforços do Facebook de criar uma moeda digital e fazer outras incursões na área financeira.
No depoimento, Zuckerberg reconhece as críticas, mas insiste que o projeto da libra tem mérito e pode ajudar milhões de pessoas, facilitando a transferência de dinheiro. Ele também observará que outros países, como a China, já estão investindo em projetos similares.
"Acredito que isso é algo que precisa ser construído, mas entendo que não somos o mensageiro ideal no momento", diz o texto. "Tenho certeza que as pessoas gostariam que fosse alguém, não o Facebook, que apresentasse essa ideia".
Embora reconheça erros, Zuckerberg insiste que a tecnologia, e o Facebook em particular, ainda tem muito a oferecer, e se opõe às fortes críticas à empresa.
"Se o ceticismo saudável se tornar hostilidade total, colocaremos muito progresso em risco", diz o documento. "Entendo que as pessoas têm preocupações com a libra. Mas acho que seria ruim para o nosso país e o mundo se as empresas fossem desencorajadas a enfrentar desafios como esse".