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4 razões pelas quais a economia dos EUA evitará uma recessão, segundo BofA

Publicado 06.08.2024, 21:47
© Reuters.

Investing.com – Em uma nota divulgada a seus clientes nesta terça-feira, os analistas do Bank of America (NYSE:BAC) destacaram quatro razões pelas quais a economia dos EUA pode evitar um “pouso forçado”, apesar de preocupações com uma súbita fragilidade no mercado de trabalho.

Esta análise é divulgada em um contexto de especulações sobre um corte iminente nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro e receios de uma desaceleração econômica, ancorada na regra de Sahm.

  1. Reação “dovish” (amena) do Fed: o Bank of America aponta uma "mudança dovish na postura reativa do Fed", preparando o cenário para um possível corte nas taxas em setembro. Esta abordagem proativa do Federal Reserve é percebida como um amortecedor contra uma desaceleração econômica profunda.
  2. Cortes de juros e dinâmica do mercado de trabalho: apesar de o mercado de trabalho exibir sinais de fragilidade, o que sugere cortes iminentes nas taxas de juros, o Bank of America argumenta que isso não necessariamente resultará em um pouso forçado. Os analistas reconhecem a "rapidez do enfraquecimento no mercado de trabalho", mas acreditam que uma intervenção política adequada poderia estabilizar a situação, evitando uma recessão profunda.
  3. Resiliência do crédito: os analistas examinam o possível impacto sobre o mercado de empréstimos, indicando que um ciclo de redução das taxas poderia "diminuir o atrativo geral dos empréstimos", mas também "reduzir o risco extremo de inadimplência". Se as preocupações com o crescimento econômico não predominarem, espera-se que o mercado de empréstimos consiga esquivar-se de um desempenho notavelmente negativo, que seria impulsionado por um aumento do risco de crédito.
  4. Títulos com “investment grade” (IG, grau de investimento): em um cenário de turbulência econômica, o BofA prevê que os títulos IG sejam "os maiores beneficiários", visto que os investidores tendem a buscar segurança. O relatório sugere que "é provável que os títulos de alto rendimento enfrentem um impacto moderado", enquanto os títulos IG estão bem posicionados para capturar ganhos devido a uma "corrida para a qualidade", especialmente após um desempenho recentemente inferior.

De maneira geral, os analistas do Bank of America mantêm um otimismo cauteloso, sugerindo que, apesar dos desafios, estes quatro fatores proporcionam uma salvaguarda contra um pouso forçado para a economia.

Fed não precisa fazer corte entre reuniões ou de 0,50%

Os analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) afirmam que a economia dos EUA mantém-se estável, apesar da expectativa do mercado por cortes agressivos nas taxas de juros do Federal Reserve, motivada pelos recentes dados sobre emprego.

O banco de investimentos destacou em sua análise "Global 360" na terça-feira que ainda espera uma redução total de 75 pontos-base nas taxas de juros deste ano, reiterando sua visão de que "a economia não está em declínio".

Embora a previsão inicial de três cortes nas taxas fosse vista como ambiciosa diante das expectativas de mercado, as recentes tendências nos dados de emprego não agrícolas e no índice PCE de inflação central tornaram essa estimativa mais plausível.

Os analistas observam que o crescimento do consumo está diminuindo, passando de cerca de 3% no segundo semestre de 2023 para menos de 2% no mesmo período de 2024. Eles acreditam que esta desaceleração é crucial para reduzir a demanda e facilitar a diminuição da inflação.

O banco continua monitorando de perto o consumo, mas não antecipa uma desaceleração mais acentuada.

Paralelamente, o Morgan destacou a recente valorização do iene, que corroborou sua previsão atípica de um aumento de 25 pontos-base pelo Banco do Japão (BoJ) em julho.

"Esta previsão baseou-se em mudanças nos fundamentos estruturais do Japão, bem como na transição para sair da Política de Taxa de Juros Negativa (NIRP)", explicaram os analistas.

Eles também comentaram que o tom da coletiva de imprensa do BoJ indica que os riscos para a previsão de um aumento em janeiro podem persistir até 2024.

Na Europa, após o Banco da Inglaterra (BoE) reduzir sua taxa de juros em 25 pontos-base, o Morgan antecipa mais dois cortes em novembro e dezembro.

Na zona do euro, o banco espera mais dois cortes nas taxas de juros este ano, embora reconheça a possibilidade de menos aumentos devido a constantes altas na inflação subjacente.

Globalmente, desenvolvimentos políticos positivos na África do Sul são vistos como favoráveis às perspectivas de crescimento, enquanto o orçamento pós-eleitoral da Índia reforça o compromisso com investimentos em capital e redução do déficit. No entanto, o Brasil enfrenta desafios fiscais, com revisões na previsão do déficit primário para 0,5% do PIB, divergindo da meta de 0%.

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