O ministro da Economia e Planejamento da Arábia Saudita, Faisal Alibrahim, afirmou nesta sexta-feira, 24, que ainda há demanda global por petróleo e outros combustíveis fósseis como fonte de energia, mas defendeu que a transição para energias renováveis deve acontecer. "O mundo não conseguirá suportar se uma transição para energia verde não ocorrer nos próximos anos", disse, em painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Alibrahim reiterou que a Arábia Saudita pretende desacoplar a sua economia do petróleo nos próximos anos e citou que os investimentos de US$ 600 bilhões nos EUA refletem parte deste esforço, que integra a agenda "Vision 2030".
Segundo o ministro saudita, esta é apenas uma fração do que o país pretende investir até 2030.
Ao ser questionado sobre o pedido do presidente dos EUA, Donald Trump, para reduzir os preços do petróleo, Alibrahim ressaltou que a Arábia Saudita precisa manter o suprimento de petróleo em escala global e em acordo com os países-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep). O ministro pontuou que isso significa manter os cortes de produção determinados pelo cartel, ao menos por enquanto.
Sobre o investimento nos EUA, Alibrahim detalhou que eles envolvem parcerias dos setores público e privado de ambos os países e representam uma "relação bilateral forte". O ministro saudita disse entender a abordagem de Trump quanto as tarifas, se as mesmas tiverem um objetivo determinado, como ampliar o crescimento ou a competitividade. "É tudo sobre os detalhes das tarifas. Queremos entender seus impactos e como lidar com isso, mantendo o diálogo sobre a mesa", afirmou.
Alibrahim, contudo, descartou afastar outros parceiros comerciais enquanto busca relações mais próximas com os EUA. "Valorizamos todos os nossos parceiros internacionais, e isso incluí EUA e China", disse, ao ser questionado.
Finalizando sua participação, o ministro anunciou que a Arábia Saudita será anfitriã de reuniões anuais de primavera do Fórum Econômico Mundial, começando a partir de 2026. "Queremos unir o mundo e capturar todo o potencial à nossa frente", afirmou.