Por Ann Saphir
(Reuters) - O Federal Reserve deve elevar sua taxa básica de juros mais uma vez em maio para uma faixa entre 5,00% e 5,25%, de acordo com os juros futuros, mesmo após um relatório do governo norte-americano mostrar nesta quarta-feira que os preços ao consumidor registraram em março seu menor ganho em quase dois anos.
Os contratos futuros de juros de curto prazo dos Estados Unidos agora precificam cerca de 68% de chance de um aumento de 0,25 ponto percentual em maio, em comparação com cerca de 73% de chance vistos antes dos dados. A faixa atual da meta é de 4,75% a 5,00%.
A redução dos preços da gasolina desacelerou a inflação geral para um ritmo anual de 5%, ante 6% em fevereiro.
Mas os núcleos das pressões de preços permanecem fortes, impulsionados pela inflação na habitação e em outros serviços, sugerindo que o Fed precisa apertar ainda mais a política monetária para fazer avanços no objetivo de reduzir a inflação para sua meta de 2%.
As autoridades do Fed estão enfrentando outra preocupação de igual importância: condições de crédito potencialmente mais apertadas após a quebra de dois bancos regionais no mês passado, o que colocou pressão sobre o setor bancário como um todo. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, pediu paciência e prudência em relação aos aumentos de juros diante desses riscos.
Outros membros do Fed têm sinalizado conforto com uma nova alta da taxa de juros, e o chair, Jerome Powell, disse que, sobre o aperto na política monetária, não quer correr o risco de não atingir a marca apenas para ter que começar a subir os juros novamente caso a inflação volte a subir.
Após o relatório de inflação nos EUA, os investidores firmaram as apostas de que o Fed mudará de curso até o final do verão no hemisfério Norte e entregará algumas reduções de juros até o final do ano. Com base nos futuros, eles agora veem os juros de curto prazo terminando o ano cerca de meio ponto percentual abaixo de onde estão agora.
"Acho que com a inflação caindo de 6% para 5%, se isso se mantiver, pode dar ao Fed margem para reduzir os juros ainda este ano se observarmos uma forte desaceleração na economia", disse Joe Manibo, da Convera.
(Por Ann Saphir com reportagem adicional de Karen Brettell)