FRANKFURT (Reuters) - Apenas um punhado de autoridades de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) defendeu a manutenção do programa de impressão de dinheiro do BCE em aberto na reunião desta quinta-feira, já que preocupações com a inflação dominaram o debate, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com a discussão.
O BCE disse nesta quinta que encerrará as compras de ativos no terceiro trimestre deste ano, avançando com sua saída do estímulo apesar da incerteza sobre o impacto econômico da invasão da Ucrânia pela Rússia.
As fontes disseram que uma clara maioria da diretoria do BCE queria colocar uma data final para o Programa de Compra de Ativos (APP) e apenas um punhado havia pedido a manutenção das orientações anteriores de continuação das compras pelo menos até outubro.
A decisão foi então apoiada por unanimidade. Todos os 25 formuladores de política monetária também concordaram que a taxa de inflação de 1,9% agora esperada para 2024 era compatível com a meta de inflação do banco, acrescentaram as fontes.
A meta de inflação de 2% foi fixada no verão europeu passado, mas desde então a alta dos preços tem sido muito maior e bateu um recorde de 5,8% em fevereiro sobre um ano antes.
Um porta-voz do BCE se recusou a comentar.
O BCE cortou o ritmo de seu programa de compras nesta quinta-feira e disse que esse esquema terminaria no terceiro trimestre do ano --possivelmente encerrando uma década de estímulo extraordinário pelo banco central da zona do euro-- se "as perspectivas de inflação (realmente) não enfraquecerem".
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse em coletiva de imprensa após a reunião que algumas autoridades do banco queriam "não fazer nada", enquanto outros queriam encerrar o APP sem condições pré-estabelecidas.
(Por Francesco Canepa)