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Argumento favorável a grandes altas nos juros pelo Fed ficou um pouco mais forte

Publicado 01.04.2022, 15:00
Atualizado 01.04.2022, 15:06
© Reuters. Fachada do Fed, em Washington
31/07/2013
REUTERS/Jonathan Ernst
CL
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Por Ann Saphir

(Reuters) - Não é como se as autoridades do banco central dos Estados Unidos precisassem de mais razões para acelerar o ritmo dos aumentos da taxa de juros.

Mas foi isso que conseguiram nesta sexta-feira, quando o mais recente relatório de empregos do setor de estatísticas do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que foram criadas 431 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, enquanto a taxa de desemprego caiu para 3,6%.

Todos são sinais de um mercado de trabalho forte, com pouca necessidade do tipo de política monetária superflexível que o Federal Reserve mantém atualmente e da qual começou a se desfazer.

Os contratos futuros vinculados à taxa básica de juros do Fed caíram após a divulgação do relatório de empregos, conforme expectativas se intensificaram de que o banco central subirá os juros nas próximas três reuniões com doses de 0,5 ponto percentual cada para dar um golpe mais decisivo contra as pressões de preços.

Os contratos futuros de juros refletem apostas de probabilidade de a taxa básica terminar o ano na faixa de 2,5% a 2,75%, com cerca de uma chance em três de elevações ainda maiores. De qualquer forma, isso é alto o suficiente para frear o crescimento.

Foi há apenas duas semanas que o Fed ajustou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, em seu primeiro aperto em três anos, e sinalizou aumentos contínuos no futuro para conter a inflação, que está numa máxima em 40 anos e ainda subindo.

Com o salário médio por hora 5,6% maior do que há um ano, o relatório de emprego de março refletiu a forte demanda por trabalhadores, apesar do aumento dos custos dos empréstimos, o que pode também conter um sinal de alerta de uma "espiral preços-salários" que pode piorar ainda mais a inflação.

Em sua reunião de meados de março, os formuladores de política monetária haviam projetado uma taxa de juros de cerca de 1,9% até o final do ano. Desde então, vários, inclusive o chair do Fed, Jerome Powell, sinalizaram prontidão para subir a taxa básica mais rapidamente.

O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, que pessoalmente prefere o caminho mais moderado, disse a repórteres nesta sexta-feira que não vê um grande risco em usar "algumas" altas de 0,5 ponto para trazer os custos dos empréstimos para um nível neutro mais cedo, desde que o objetivo seja não elevar a taxa de juros rápido demais e a patamares altos demais.

A preocupação é de que o banco central exagere no aperto monetário, o que levaria a economia à recessão. Historicamente, é raro que o Fed evite tal resultado depois de a taxa de desemprego cair tão baixo quanto o patamar de agora.

Com uma inflação que parece prestes a acelerar ainda mais depois que a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os preços do petróleo e um surto de Covid-19 na China ameaçou prejudicar ainda mais as cadeias de oferta, conter a inflação é "essencial" para sustentar um mercado de trabalho forte, afirmou Powell.

O Fed tem como meta inflação 2%, medida pelo índice de preços PCE. Em fevereiro esse índice saltou 6,4%.

As autoridades não querem arriscar que as expectativas de preços cada vez mais altas sejam incorporadas à psicologia familiar e empresarial norte-americana. Os aumentos dos juros são projetados para conter a demanda e atenuar esse risco.

Além disso, os formuladores de política monetária argumentam que o mercado de trabalho atingiu o padrão de pleno emprego e é forte o suficiente para resistir ao tipo de retirada de apoio bastante rápida que eles contemplam.

O relatório desta sexta-feira forneceu mais força para esse argumento. A taxa de desemprego foi "pouco diferente" da taxa pré-pandemia de 3,5%, disseram os autores do documento.

Isso ajuda a ratificar a esperança do Fed de que os trabalhadores marginalizados pela pandemia voltem à força de trabalho conforme os casos de Covid-19 caem.

© Reuters. Fachada do Fed, em Washington
31/07/2013
REUTERS/Jonathan Ernst

A participação na força de trabalho de cidadãos em seu "auge" --de 25 a 54 anos-- subiu para 82,5%, o patamar mais alto em dois anos. A maioria das indústrias está agora acima ou perto de seu nível de emprego pré-pandemia

O emprego geral nos EUA ainda está 1,6 milhão de postos abaixo do nível anterior à pandemia, mostrou o relatório.

Mas os formuladores de política monetária do Fed veem cada vez mais esse déficit como provável de ser preenchido apenas lentamente, e não propenso a ser acelerado com a manutenção dos juros em patamares baixos.

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