BRASÍLIA (Reuters) - O novo ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, assumiu o cargo nesta sexta-feira prometendo o combate "implacável" à corrupção em meio ao maior escândalo de corrupção no país.
O tema está no centro do debate após ser revelado um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo a Petrobras, algumas das maiores empreiteiras do país e partidos políticos.
Na véspera, a presidente Dilma Rousseff já havia defendido que a corrupção seja "extirpada" durante o discurso de posse do segundo mandato, feito no Congresso Nacional.
"Prevenção e combate à corrupção são duas vias de um mesmo caminho", disse o novo ministro.
"É tarefa da CGU ser implacável com aqueles que não andarem na linha... Temos que punir, sem trégua, a corrupção que rouba o poder legítimo do povo, a corrupção que ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e os brasileiros honestos e de bem", afirmou em cerimônia de transmissão de cargo.
Ao defender o aperfeiçoamento de práticas de gestão de riscos e de adequação às normas em órgãos e empresas públicas, Simão utilizou-se de fala da presidente Dilma, na quinta-feira, para afirmar que é preciso "defender nossas empresas, patrimônio do nosso povo, de predadores e inimigos".
O novo ministro afirmou ainda que o governo pretende concluir, ainda neste mês, a regulamentação da Lei Anticorrupção, que prevê a responsabilização de empresas envolvidas em casos de corrupção. A lei foi aprovada após as manifestações em junho de 2013 que levaram milhares de pessoas às ruas em diversas cidades do país.
A CGU é órgão do governo federal de controle interno, prevenção e combate à corrupção e transparência na gestão, além de tratar de assuntos relacionados ao patrimônio público.
Simão, que até sua indicação para a CGU era secretário-executivo da Casa Civil, assume o cargo de ministro no lugar de Jorge Hage.
O novo ministro foi presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de 2005 a 2007 e de 2008 a 2011. Em 2001 assumiu interinamente a presidência do órgão.
Graduado em Direito, Simão foi secretário adjunto da Receita, de 2007 a 2008, e secretário da Fazenda do Distrito Federal em 2011.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)