SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista abriu 2015 com fortes perdas e volume reduzido, um dia após a presidente Dilma Rousseff tomar posse de seu segundo mandato, em meio à desconfiança de investidores até que medidas visando os amplamente aguardados ajustes na economia sejam tomadas na prática, e não fiquem apenas no discurso.
O quadro externo pouco ajudou, com dados de dezembro confirmando no feriado do Ano Novo fraqueza na atividade industrial na China, enquanto, nesta sexta-feira, indicadores na zona do euro e nos Estados Unidos apresentaram desaceleração da atividade manufatureira.
De acordo com dados preliminares, Ibovespa fechou em queda de 3,11 por cento, a 48.450 pontos. O volume financeiro somou 4,14 bilhões de reais.
Os papéis da Petrobras, quem têm sinalizado o sentimento de agentes financeiros quanto ao novo governo, enquanto a companhia atravessa um gigante escândalo de corrupção, ficaram entre os principais destaques de baixas, com as preferenciais caindo 5,89 por cento.
A queda do petróleo no exterior corroborou o viés de baixa para os papéis da estatal.
O setor financeiro também pressionou na segunda etapa do dia, com destaque para Banco do Brasil, em queda de 5,60 por cento. O Banco Central aprovou a parceria entre o BB e a empresa de cartões Cielo, mas proibiu o BB de lançar no balanço impacto financeiro positivo de cerca de 3,2 bilhões de reais com a operação.
Ações do setor de educação também chamaram a atenção na ponta negativa do Ibovespa, em meio a mudanças nas regras do programa de financiamento ao ensino superior Fies, com Estácio e Kroton caindo 6,88 e 3,81 por cento, respectivamente.
A sessão também foi marcada pelo rebalanceamento do Ibovespa no final. A terceira prévia para a carteira que vai vigorar de 5 janeiro a 30 abril confirmou a exclusão dos papéis da Rossi Residencial, da Cosan Log e das preferenciais da Eletropaulo. Ao mesmo tempo, foi confirmada a entrada dos papéis da Multiplan.
(Por Paula Arend Laier)