Por Michelle Martin e Marton Dunai
BAD STAFFELSTEIN, Alemanha/BUDAPESTE (Reuters) - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse nesta quarta-feira que irá propor que os Estados da União Europeia contribuam mais com o orçamento do bloco para ajudar a lidar com a crise de refugiados, e que a Grécia deveria permitir que outros países defendam suas fronteiras para deter o fluxo.
A Hungria fica na rota da maior onda imigratória que a Europa testemunhou desde a Segunda Guerra Mundial e registrou mais de 220 mil pedidos de asilo este ano.
Para frear a leva de imigrantes, o governo direitista de Orban construiu uma cerca na fronteira sérvia e está erguendo outra na divisa com a Croácia.
Falando aos jornalistas na Alemanha, Orban declarou que os países da UE deveriam dar 1 por cento a mais para o orçamento comum da união e reduzir os gastos do bloco no mesmo montante, medidas que, segundo ele, arrecadariam 3 bilhões de euros para enfrentar a crise imigratória.
Orban, que participava de um encontro da União Social Cristã (CSU (SA:CARD3), na sigla em alemão), aliados dos conservadores da chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que irá propor a ação aos líderes da UE que estão realizando uma reunião de emergência em Bruxelas.
"Devemos repetir isto tantas vezes quanto for necessário para termos a quantidade de dinheiro que precisamos para lidar com a crise", disse.
O CSU controla a Bavária, Estado do sul alemão que é ponto de chegada de muitos imigrantes que procuram a maior economia europeia, e é o único partido da Alemanha que apoia Orban abertamente. Outros políticos alemães criticaram o convite ao líder húngaro.
Manifestantes protestaram do lado de fora do local do encontro, assoprando apitos e gritando "Ninguém é ilegal. Deem às pessoas o direito de ficar em qualquer lugar!" enquanto erguiam cartazes com slogans como "Senhor Orban, derrube este muro" e "Fugir não é crime".
(Reportagem adicional de Joern Poltz em Bad Staffelstein)