Jerusalém, 26 jan (EFE).- O ministro da Defesa de Israel, Ehud
Barak, disse hoje que a ausência de acordos que delimitem as
fronteiras definitivas do Estado de Israel representa "a ameaça mais
séria para o futuro" do país, mais que o plano nuclear iraniano.
"A falta de uma solução para o problema da demarcação fronteiriça
dentro da histórica Terra de Israel (que abrange pelo menos Israel e
os territórios palestinos), e não uma bomba iraniana, é a ameaça
mais séria para o futuro de Israel", disse Barak, em uma conferência
na Universidade de Bar-Ilan, nos arredores de Tel Aviv.
O titular da Defesa e primeiro-ministro entre 1999 e 2001
defendeu o "interesse" do país em "traçar uma fronteira que tenha
para sempre uma maioria judaica, junto a um país que reúna as
aspirações dos palestinos".
"Temos uma responsabilidade histórica em olhar a realidade e
entender que não fixar uma fronteira na Terra de Israel com uma
maioria judaica dentro e uma maioria palestina fora seria a maior
ameaça para o sionismo e o povo de Israel", disse.
Barak considerou, portanto, imprescindível renunciar ao sonho da
Grande Israel para evitar que o Estado judeu "se transforme em
binacional" ou "de apartheid".
"Somos os mais fortes na região, mas o tempo não está em nosso
lado (...). Temos que dar esse passo doloroso. Há milhões de
palestinos nesta região. Se votam, isso se transformará em um Estado
binacional e, se não, em um estado de apartheid", sentenciou. EFE