SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (SA:VALE5) estima vendas potenciais de até 6 bilhões de dólares de ativos essenciais no biênio 2016-2017, somando possíveis desinvestimentos de cerca de 14 bilhões de dólares no período, enquanto lida com os baixos preços do minério de ferro, sua principal commodity, e busca reduzir sua dívida.
A cifra prevista para ativos essenciais nesta sexta-feira é diferente da projetada, por exemplo, em apresentação em 10 de maio, quando a mineradora estimou transações potenciais de ativos "core" de 10 bilhões de dólares, entre 2016 e 2017.
Mas em previsões anteriores a Vale não diferenciava o montante entre negócios "potenciais" e já anunciados, o que foi feito em apresentação nesta sexta-feira. Dessa forma, não haveria mudanças relevantes na meta.
Nesta sexta-feira, a Vale projetou transações "potenciais" de 4 bilhões a 6 bilhões de dólares de ativos "core" e prevê obter de 5 bilhões a 7 bilhões de dólares no biênio com negócios "anunciados anteriormente", que incluem uma joint venture de carvão em Moçambique, navios, ativos de energia e fertilizantes.
A Vale não detalha na apresentação quais seriam os ativos "core", que incluiriam empreendimentos de minério de ferro e de carvão, entre outros.
Do montante do plano de desinvestimentos, apenas 1,1 bilhão de dólares foram concluídos neste ano, incluindo transações com navios e a venda futura de produção de ouro.
DÍVIDA
Com um robusto plano de desinvestimento, a Vale informou que planeja reduzir sua dívida líquida para entre 15 bilhões e 17 bilhões em 2017, ante 25,2 bilhões em 2015.
Com as transações de desinvestimentos já anunciadas, a dívida líquida cairia para 19 bilhões a 22 bilhões ao final deste ano, ante 2015.
A companhia informou ainda que os investimentos deverão cair para menos de 4,5 bilhões de dólares em 2017, ante 5,8 bilhões de dólares neste ano, segundo estimativa que considerou uma taxa de câmbio de 3,30 reais por dólar no segundo semestre deste ano.
(Por Roberto Samora e Marta Nogueira)