PEQUIM (Reuters) - A China importou 500 mil toneladas de açúcar em setembro, o maior volume desde dezembro e mais do que analistas esperavam para o maior comprador global da commodity, em um momento em que a alfândega do país liberou carregamentos atrasados do mês anterior, mostraram dados oficiais nesta sexta-feira.
A disparada mensal nos desembarques refletiram o ritmo de liberação de mercadorias muito mais do que um aumento nas compras, disse o analistas Zhan Xiao, do Shanghai Buyun Investment Management, o que fica evidente pela queda de volumes ante os volumes importados um ano antes.
As importações no mês passado caíram 24 por cento na comparação anual, após o maior rali nos preços globais do açúcar afetar as compras.
"O preço do açúcar no mercado internacional subiu bastante, reduzindo os benefícios de importar, por isso muitos voltaram-se para o açúcar doméstico", disse Tao Qiujun, da Chaos Ternary Futures.
Uma queda nos preços locais, abaixo da média global, também reduziu o apetite de tradings de vender para a China.
"Haverá uma grande queda nas importações de açúcar nos próximos meses. A razão fundamental é a diferença de preços", disse Zhan, da Shanghai Buyun Investment.
Uma investigação do governo anunciada no mês passado a respeito dos volumes importados de países como o Brasil, além de planos de Pequim de vender parte das reservas estatais, pode pressionar as importações nos próximos meses.
O Brasil é o maior produtor e exportador global de açúcar e a China é seu maior cliente.
(Por Josephine Mason e Hallie Gu)