Lima, 6 jun (EFE).- O presidente do Peru, Alan García, pediu para
as delegações participantes da 40ª Assembleia Geral da Organização
dos Estados Americanos (OEA) afundar nas políticas de livre mercado
e no desarmamento em prol de um maior desenvolvimento na região.
García participou da Assembleia após o secretário-geral da OEA,
José Miguel Insulza, e em primeiro lugar lembrou os presentes os
"cem meses de crescimento econômico ininterrupto" de seu país, que
atribuiu a uma política de "afirmação de democracia social, abertura
ao investimento nacional e mundial e livre-comércio".
Para García, este modelo serviu a seu país para reduzir em só
cinco anos a pobreza de 48% para 34% da população, e a estender a
água potável, a eletrificação e a educação entre os peruanos.
Mas onde mais tempo García demorou foi em sua proposta por
fomentar o desarmamento na região, ao lembrar que os países
latino-americanos e caribenhos gastaram US$ 25 bilhões em compra de
armas nos últimos 5 anos e pensa destinar US$ 35 bilhões mais na
próxima meia década, quando com esta última quantidade poderia tirar
50 milhões de pessoas da pobreza.
O governante peruano, que disse estar disposto a "insistir na
ideia do desarmamento em qualquer fórum, disse que a América Latina
"caiu em um mau conceito de pátria e soberania ao querer se armar".
García minimizou os problemas que alguns países do continente
americano podem ter com seus vizinhos (mas não aludiu aos dois mais
graves, da Colômbia com a Venezuela ou da Colômbia com o Equador), e
refletiu: "Onde está a hipótese de guerra? (O armamentismo) só
termina beneficiando os comerciantes de armas".
O presidente se referiu à relação do Peru com o Equador, que se
enfrentaram em uma breve guerra em 1995 e hoje com uma "relação de
fraternidade produtiva que é um exemplo para o mundo".
"O mesmo queremos fazer com o Chile, para romper lá e aqui os
receios e ter liberdade de poder nos desenvolver juntos",
acrescentou. EFE