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Alan García adverte para impactos das tarifas sobre a economia brasileira

Publicado 25.05.2012, 16:20

São Paulo, 25 mai (EFE).- O ex-presidente peruano Alan García disse nesta sexta-feira em São Paulo que a economia do Brasil está momentaneamente limitada devido à restritiva política tarifária nacional e defendeu a abertura comercial para que o país aja como uma "seleção de Copa do Mundo" convidada a jogar com atores econômicos como Rússia, China e Índia.

O ex-chefe governante do Peru defendeu, durante um seminário sobre investimentos entre seu país e Brasil, uma política de redução das tarifas, da burocracia e das barreiras não tarifárias que o Brasil impõe ao comércio internacional, medidas, segundo ele, destinadas a uma maior integração com as nações vizinhas.

"É preciso uma maior abertura, que é o que no final das contas gera crescimento e emprego", disse García na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, o Brasil tem mais integração comercial com a China que com o Peru.

Em sua opinião, todos os países latino-americanos estão atentos ao Brasil, considerado "um irmão mais velho", e desejam que seu crescimento acelere para que possam se beneficiar dele.

Para o ex-líder peruano, é necessário agilizar o processo de integração comercial, pois, em sua visão, há uma barreira que não está sendo superada nas relações econômicas com o Brasil.

García afirmou que "o mundo de hoje exige tarifas planos" e que os países que praticam impostos elevados à importação começam a se isolar.

Em declarações à imprensa após seu discurso, o ex-governante fez uma metáfora de futebol ao dizer que, "em um mundo de times, o Brasil é uma seleção de Copa do Mundo", que, no contexto econômico, está convidado a jogar com países como Rússia, China e Índia.

Ele destacou que, apesar do superávit da balança comercial brasileira, ela apresenta um déficit em manufaturas, e alertou que essa situação não será superada sem a redução das tarifas.

O ex-presidente peruano destacou que seu país fez um esforço na abertura de sua economia aos investimentos estrangeiros, reduziu a tarifa média de 13% para 4%, assinou tratados de livre-comércio e diminuiu os índices de pobreza.

"Nós fizemos a lição de casa", declarou García, que, no entanto, reconheceu que "só um grande mentiroso diria que tudo está bem".

Ele aproveitou a palavra para criticar os países que nacionalizam empresas sob o argumento de que não fizeram investimentos suficientes, numa referência velada à decisão do governo argentino, presidido por Cristina Kirchner, de nacionalizar a petrolífera YPF, antes controlada pela espanhola Repsol.

Além disso, defendeu a segurança jurídica dos investimentos em seu país sob o atual governo de Ollanta Humala, de quem disse que está governando com a "prudência" que Luiz Inácio Lula da Silva manteve no Brasil quando presidente. EFE

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