Jorge Peris.
Londres, 11 ago (EFE).- Pouco depois que o técnico da seleção olímpica mexicana, Luis Fernando Tena, divulgou a lista dos 18 convocados para o torneio de futebol dos Jogos de Londres, a ausência do atacante Javier 'Chicharito' Hernández foi um dos temas mais recorrentes nas conversas do país.
Segundo as regras do torneio, apenas três dos 18 convocados podem ter mais de 23 anos. Isso costuma ser uma dor de cabeça para a maioria dos treinadores. No entanto, após 'Chicharito' não ter sido liberado pelo Manchester United para estar na Olimpíada, o caminho ficou livre para que Oribe Peralta liderasse a seleção mexicana em Londres.
Sem o atacante dos 'Diabos Vermelhos' na equipe, a pressão dos gols recaiu sobre o atacante do Santos Laguna, um atacante de 28 anos que nunca jogou fora do México.
Peralta foi um dos três atletas com mais de 23 anos convocados por Tena, junto ao zagueiro e volante Carlos Salcido, de 32 anos, e do goleiro José Corona, de 31.
O trio respondeu às expectativas e cumpriu sua missão com perfeição. Guiados pelos três jogadores, o México obteve o maior sucesso da história do futebol do país, o ouro olímpico, uma honra reservada a poucas seleções.
Ninguém discutiu a presença de Corona e Salcido na lista, mas muitos consideraram que a ausência de 'Chicharito', maior estrela local atualmente, seria muito sentida.
Apesar de tudo, Tena se manteve fiel a suas ideias e formou a delegação com base da equipe levada para a Copa América e aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no qual os mexicanos também ficaram com a medalha de ouro.
Os primeiros jogos de Peralta na Olimpíada davam razão aos críticos, que reclamavam que o atacante lutava, brigava e corria, mas carecia do essencial em um atacante: o gol.
No entanto, Tena se manteve firme e repetiu que os gols apareceriam. E o tempo lhe deu razão. Os gols de Peralta apareceram no momento decisivo.
É certo que um atacante deve ser medido pelo número de gols que faz, mas também deve ser medido pela importância desses gols. Peralta deixou sua marca em três partidas: contra a Suíça, garantindo o primeiro lugar do grupo B, contra o Japão, virando o duelo pelas semifinais, e das vezes na decisão contra o Brasil.
O atacante assumiu o peso que era do meia-atacante Giovani dos Santos, que se machucou contra os japoneses, e carregou a equipe nas costas diante da equipe de Mano Menezes. Seus dois gols, dignos de um homem-gol, deram o ouro para uma seleção que não era favorita ao título ou mesmo à conquista de medalhas. De quebra, ainda fizeram a torcida esquecer 'Chicharito', pelo menos pelos próximos dias. EFE