Madri, 18 set (EFE).- Aproximadamente 25 milhões de europeus estarão imersos na pobreza em 2025 se os governos não deixarem de aplicar as medidas de austeridade, dos quais 8 milhões serão espanhóis, ou seja, um a cada três novos pobres do velho continente.
Este "panorama catastrófico" é o mesmo contemplado no relatório "a armadilha da desigualdade", realizado pela ONG Intermón Oxfam em diferentes países europeus, enquanto os dados sobre a Espanha, apresentados nesta quarta-feira em entrevista coletiva, indicam que a sociedade será mais desigual e mais pobre se não houver mudanças de rumo.
Segundo o estudo, se essa tendência atual for mantida, a Espanha poderia ter 20 milhões de pobres em 2025, 7 milhões a mais do que a média atual, o que representaria 42% da população.
A diretora de pesquisa da Intermón e co-autora do relatório, Teresa Cavero, ressaltou que o número de pobres aumenta em meio milhão a cada ano desde 2008 e, por isso, alertou que "estão sentando as bases de uma sociedade extremamente injusta", assim como a desigualdade está "disparando".
Antes da crise, 20% dos mais ricos ganhavam 5,3 vezes a mais que a mesma parcela mais pobre e, em 2025, essa diferença poderia se situar em 18 vezes a mais.
O relatório também destaca a existência de "uma pobreza ativa", que ocorre entre a população ativa; "uma Bolsa de pobreza crescente", que, segundo Teresa, tem sua origem na reforma laboral - que favorece a demissão e os empregos precários -, e a diminuição da capacidade de negociação com as empresas.
A responsável da Intermón Oxfam ressaltou que a Europa enfrenta o problema de uma "geração perdida" e alertou que demorará 25 anos para os países do velho continente recuperar os níveis de bem-estar registrados em 2008.
De acordo com os responsáveis da ONG, Europa e Espanha caminham em direção a uma sociedade "dualista", muito mais pobre, injusta e desigual, embora tenha ressaltado que "a boa notícia é que há soluções".
Neste aspecto, a ONG defende um "giro rotundo" das políticas de austeridade e propõem medidas urgentes, como a resolução do problema da dívida pública, mudanças no sistema financeiro, programas de estímulo econômico centrados na criação de emprego e mais investimentos em serviços públicos. EFE
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