Por Thomas Grove
MOSCOU (Reuters) - Autoridades da Rússia acusaram nesta sexta-feira a Ucrânia de tentar matar oficiais de segurança que estavam verificando relatos de disparos na fronteira, ao dispararem tiros de morteiro em direção ao território russo. .
Uma autoridade de segurança russa disse que mais de 40 morteiros disparados por forças ucranianas caíram na província de Rostov, perto da fronteira onde forças do governo da Ucrânia combatem separatistas pró-Rússia. Não há relatos de feridos.
"Aqueles que dispararam da Ucrânia o fizeram propositalmente, com a intenção de matar oficiais de segurança russos", afirmou o Comitê Investigativo da Rússia, que responde somente ao presidente russo, Vladimir Putin.
"Foi só o despreparo dos militares ucranianos e a evacuação em boa hora dos oficiais, protegidos por veículos blindados de transporte, que impediu os atiradores de atingissem seu objetivo", disse o organismo em comunicado.
Acusações do governo pró-Europa da Ucrânia, de seus aliados ocidentais e da Rússia a respeito de disparos na fronteira agravaram as tensões na pior crise entre Moscou e o Ocidente desde o fim da guerra fria.
O embaixador dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Douglas Lute, afirmou que a Rússia voltou a aumentar o número de tropas ao longo da fronteira com a Ucrânia, onde Washington e Kiev dizem que Moscou está permitindo que combatentes e armas cruzem a fronteira para os territórios sob comando dos rebeldes no leste ucraniano.
Lute disse que a estimativa "subiu novamente para até 15 mil soldados russos reunidos na fronteira".
As declarações dos EUA sobre a Ucrânia, que Moscou considera dentro de sua esfera de influência, revoltaram a Rússia. O Ministério das Relações Exteriores russo reagiu raivosamente nesta sexta-feira às acusações norte-americanas de que forças russas acionaram sua artilharia através da fronteira mirando posições militares ucranianas.
"Negamos as insinuações públicas infundadas que a porta-voz do Departamento de Estado (dos EUA), (Marie) Harf, repete dia após dia", declarou a chancelaria russa em comunicado.
A Ucrânia diz que mísseis disparados da Rússia podem ter abatido dois de seus caças nesta semana, mas Moscou nega as acusações.
(Reportagem adicional de Phil Stewart em Aspen, Colorado)