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Grupos ligados à Al Qaeda pedem união de militantes no Iraque e na Síria

Publicado 16.09.2014, 13:47
© Reuters Militante do Estado Islâmico segura peça de avião militar sírio ao lado de moradores de Raqqa, no norte da Síria

DOHA (Reuters) - Dois grupos ligados à Al Qaeda exortaram as facções militantes que combatem no Iraque e na Síria a pararem de lutar entre si e a se unirem contra a aliança liderada pelos Estados Unidos que se prepara para atacar o Estado Islâmico, de acordo com um comunicado conjunto publicado online.

"Parem com as lutas entre si e cerrem fileiras contra a campanha dos EUA e da aliança satânica que espera a todos nós", declararam a Al Qaeda na Península Arábica e a Al Qaeda no Magreb Islâmico, na rara declaração em comum.

O Estado Islâmico, uma dissidência da Al Qaeda, vem combatendo vários grupos islâmicos rivais na Síria, inclusive a Frente Al-Nusra, a ala oficial da Al Qaeda no território sírio, que tem tentado resistir ao avanço dos radicais sunitas durante o último ano.

O Estado Islâmico também iniciou uma guerra de propaganda contra o comando central da Al Qaeda em uma tentativa não muito velada de tomar a liderança da militância global das mãos do grupo fundado por Osama bin Laden, morto por forças norte-americanas em 2011.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou planos de estabelecer uma coalizão abrangente contra o Estado Islâmico na semana passada, e potências mundiais reunidas em Paris na segunda-feira deram apoio público à ação militar para combater a facção linha-dura no Iraque.

Os grupos apelaram aos militantes e seus apoiadores para que "parem com as campanhas de matança mútua, e direcionam suas espadas honestas contra o líder dos infiéis, os Estados Unidos, e sua aliança injusta e agressiva".

"Diante desta campanha injusta dos cruzados, não temos escolha a não ser nos posicionar diante de quem odeia o islã e os muçulmanos, os EUA e seus aliados, que são os verdadeiros inimigos do mundo muçulmano", afirma o comunicado.

© Reuters. Militante do Estado Islâmico segura peça de avião militar sírio ao lado de moradores de Raqqa, no norte da Síria

A declaração é de 11 de setembro, 13º aniversário dos ataques da Al Qaeda que mataram quase três mil pessoas em Nova York, Washington e Pensilvânia.

O comunicado diz que o verdadeiro propósito da aliança liderada pelos norte-americanos é combater os muçulmanos, "com a desculpa de atacar o Estado Islâmico e destrui-lo".

O grupo ainda apelou aos árabes do Golfo Pérsico e a todos os muçulmanos cujos governos sejam parte da coalizão para que os impeçam, "com todos os meios legítimos, de ir à guerra contra o Islã com a desculpa de combater o terrorismo".

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