DOHA (Reuters) - Dois grupos ligados à Al Qaeda exortaram as facções militantes que combatem no Iraque e na Síria a pararem de lutar entre si e a se unirem contra a aliança liderada pelos Estados Unidos que se prepara para atacar o Estado Islâmico, de acordo com um comunicado conjunto publicado online.
"Parem com as lutas entre si e cerrem fileiras contra a campanha dos EUA e da aliança satânica que espera a todos nós", declararam a Al Qaeda na Península Arábica e a Al Qaeda no Magreb Islâmico, na rara declaração em comum.
O Estado Islâmico, uma dissidência da Al Qaeda, vem combatendo vários grupos islâmicos rivais na Síria, inclusive a Frente Al-Nusra, a ala oficial da Al Qaeda no território sírio, que tem tentado resistir ao avanço dos radicais sunitas durante o último ano.
O Estado Islâmico também iniciou uma guerra de propaganda contra o comando central da Al Qaeda em uma tentativa não muito velada de tomar a liderança da militância global das mãos do grupo fundado por Osama bin Laden, morto por forças norte-americanas em 2011.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou planos de estabelecer uma coalizão abrangente contra o Estado Islâmico na semana passada, e potências mundiais reunidas em Paris na segunda-feira deram apoio público à ação militar para combater a facção linha-dura no Iraque.
Os grupos apelaram aos militantes e seus apoiadores para que "parem com as campanhas de matança mútua, e direcionam suas espadas honestas contra o líder dos infiéis, os Estados Unidos, e sua aliança injusta e agressiva".
"Diante desta campanha injusta dos cruzados, não temos escolha a não ser nos posicionar diante de quem odeia o islã e os muçulmanos, os EUA e seus aliados, que são os verdadeiros inimigos do mundo muçulmano", afirma o comunicado.
A declaração é de 11 de setembro, 13º aniversário dos ataques da Al Qaeda que mataram quase três mil pessoas em Nova York, Washington e Pensilvânia.
O comunicado diz que o verdadeiro propósito da aliança liderada pelos norte-americanos é combater os muçulmanos, "com a desculpa de atacar o Estado Islâmico e destrui-lo".
O grupo ainda apelou aos árabes do Golfo Pérsico e a todos os muçulmanos cujos governos sejam parte da coalizão para que os impeçam, "com todos os meios legítimos, de ir à guerra contra o Islã com a desculpa de combater o terrorismo".