Investing.com – Os índices futuros dos EUA iniciam a semana em leve queda, com o foco em dados de emprego (payroll) na sexta-feira, 6.
No cenário corporativo, a grande surpresa é a renúncia do CEO da Stellantis, Carlos Tavares.
No Canadá, o governo promete endurecer controles fronteiriços, após ameaças tarifárias de Trump.
Aqui no Brasil, as atenções estão voltadas à divulgação dos dados do PIB do terceiro trimestre na terça-feira, 3.
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Confira agora mais detalhes das principais notícias do mercado financeiro nesta manhã!
1. Futuros dos EUA iniciam dezembro em queda
Os futuros de ações americanas indicam uma abertura levemente negativa em Wall Street nesta segunda-feira, 2 de dezembro, marcando o início do último mês de negociações do ano.
Às 7h40 de Brasília, o Dow recuava 40 pontos, ou 0,9%; enquanto o S&P 500 caía 8 pontos, também 0,13%; e o Nasdaq 100 perdia 37,3 pontos, ou 0,18%.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Esse movimento segue uma sexta-feira de ganhos semanais e mensais para as ações americanas, alavancadas por um rali pós-eleitoral após a vitória de Donald Trump.
Novembro registrou os maiores ganhos mensais do ano para o Dow e o S&P 500, com ambos alcançando novas máximas intradiárias e de fechamento durante a sessão reduzida pelo feriado.
Os investidores aguardam o aguardado relatório de empregos dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira, buscando novos sinais sobre o desempenho econômico antes da reunião de dezembro do Federal Reserve.
O crescimento robusto da economia tem sustentado as altas no mercado ao longo do ano, apesar das preocupações com a possibilidade de um retorno da inflação caso o Fed reduza as taxas de juros em excesso, revertendo dois anos de esforços para controlar os preços.
Caso o relatório de empregos repita o desempenho excepcional de setembro, as expectativas de novos cortes nas taxas podem ser frustradas, enfraquecendo um pilar importante para o recente rali das ações.
Nesta segunda-feira, o calendário econômico inclui dados de atividade manufatureira ISM e gastos com construção. Além disso, o mercado ouvirá declarações do governador do Fed, Christopher Waller, e do presidente do Fed de Nova York, John Williams.
2. Canadá endurece controles fronteiriços
O Canadá se comprometeu a reforçar seus controles fronteiriços após reunião entre o primeiro-ministro Justin Trudeau e o presidente eleito Donald Trump na sexta-feira. Trump ameaçou impor tarifas sobre produtos canadenses caso Ottawa não impeça o fluxo de migrantes e drogas para os EUA.
Com 75% de suas exportações direcionadas aos EUA, tarifas poderiam prejudicar profundamente a economia canadense.
Trump prometeu aumentos substanciais nas tarifas sobre produtos provenientes do México, Canadá e China a partir de seu primeiro dia de governo, política que pode gerar elevações acentuadas nos preços aos consumidores americanos.
3. CEO da Stellantis renuncia
As ações da Stellantis NV (ETR:8TI) (NYSE:STLA), fabricante da Jeep, listadas em Frankfurt, despencavam nesta segunda-feira após o CEO, Carlos Tavares, renunciar abruptamente no domingo, citando “divergências” com o conselho de administração.
A empresa euro-americana enfrenta dificuldades após a queda nas vendas na América do Norte levar a um alerta de lucro em setembro.
As ações da Stellantis acumulam queda de cerca de 40% neste ano. Em comparação, os papéis da Ford Motor (NYSE:F) recuaram 7%, enquanto os da General Motors (NYSE:GM) subiram 55%.
A empresa informou em comunicado que o conselho, presidido por John Elkann, aceitou a renúncia do CEO “com efeito imediato” e formará um comitê executivo interino liderado por Elkann.
4. Preços do petróleo sobem
Os preços do petróleo registravam alta nesta segunda-feira, sustentados por dados robustos da atividade industrial na China, segundo maior consumidor de petróleo do mundo, e pela escalada de tensões no Oriente Médio, com Israel retomando ataques ao Líbano apesar de um acordo de cessar-fogo.
No momento da redação, o barril do Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), valorizava-se 0,85%, negociado a US$ 72,47,enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, avançava 0,87%, a US$ 68,63, no mercado futuro.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
Os ganhos seguem-se a uma queda semanal superior a 3% para ambos os benchmarks, à medida que diminuíram os temores sobre riscos de oferta no conflito Israel-Hezbollah e projeções apontaram para um excedente de oferta em 2025, mesmo com a expectativa de que a Opep+ prolongue os cortes na produção.
A Opep e seus aliados adiaram a reunião para 5 de dezembro e consideram postergar o aumento na produção de petróleo.
5. PIB do Brasil no 3º tri em foco
Economistas projetam um crescimento sólido, mas em desaceleração para o PIB brasileiro do terceiro trimestre de 2024, que deve apresentar alta de 0,8% na comparação trimestral, abaixo do 1,4% do segundo trimestre.
O desempenho é sustentado pelo consumo das famílias, investimentos e serviços, enquanto a agropecuária e as exportações enfrentam retração.
A política monetária contracionista do Banco Central começa a impactar negativamente o crescimento, aliado ao fim de estímulos sociais e à piora nas condições financeiras internas.
Há expectativa de revisões negativas para 2025, com sinais de desaquecimento mais claros no quarto trimestre.
MAIS DETALHES: PIB do Brasil: Projeção é de expansão forte no 3T24, mas desaceleração trimestral